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QUINTA-FEIRA, DIA 16 DE MAIO DE 2024

VII SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira Leitura
At 22,30; 23,6-11
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, 30querendo saber com certeza por que Paulo estava sendo acusado pelos judeus, o tribuno soltou-o e mandou reunir os chefes dos sacerdotes e todo o conselho dos anciãos. Depois fez trazer Paulo e colocou-o diante deles. 23,6Sabendo que uma parte dos presentes eram saduceus e a outra parte eram fariseus, Paulo exclamou no conselho dos anciãos: “Irmãos, eu sou fariseu e filho de fariseus. Estou sendo julgado por causa da nossa esperança na ressurreição dos mortos”. 7Apenas falou isso, armou-se um conflito entre fariseus e saduceus, e a assembleia se dividiu. 8Com efeito, os saduceus dizem que não há ressurreição, nem anjo, nem espírito, enquanto os fariseus sustentam uma coisa e outra. 9Houve, então, uma enorme gritaria. Alguns doutores da Lei, do partido dos fariseus, levantaram-se e começaram a protestar, dizendo: “Não encontramos nenhum mal neste homem. E se um espírito ou anjo tivesse falado com ele?” 10E o conflito crescia cada vez mais. Receando que Paulo fosse despedaçado por eles, o comandante ordenou que os soldados descessem e o tirassem do meio deles, levando-o de novo para o quartel. 11Na noite seguinte, o Senhor aproximou-se de Paulo e lhe disse: “Tem confiança. Assim como tu deste testemunho de mim em Jerusalém, é preciso que tu sejas também minha testemunha em Roma”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 16,1-2a.5,7-8.9-10.11 (R: 1)
– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio! Digo ao Senhor: “Somente vós sois meu Senhor”. Ó Senhor, sois minha herança e minha taça, meu destino está seguro em vossas mãos!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Eu bendigo o Senhor, que me aconselha, e até de noite me adverte o coração. Tenho sempre o Senhor ante meus olhos, pois se o tenho a meu lado não vacilo.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Eis por que meu coração está em festa, minha alma rejubila de alegria, e até meu corpo no repouso está tranquilo; pois não haveis de me deixar entregue à morte, nem vosso amigo conhecer a corrupção.
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
– Vós me ensinais vosso caminho para a vida; junto a vós, felicidade sem limites, delícia eterna e alegria ao vosso lado!
R: Guardai-me, ó Deus, porque em vós me refúgio!
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Para que todos sejam um, diz o Senhor, como tu estas em mim e eu em ti, para que o mundo possa crer que me enviaste (Jo 17,21).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 17,20-26

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos ao céu e rezou, dizendo: 20“Pai santo, eu não te rogo somente por eles, mas também por aqueles que vão crer em mim pela sua palavra; 21para que todos sejam um como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, e para que eles estejam em nós, a fim de que o mundo creia que tu me enviaste.
22Eu dei-lhes a glória que tu me deste, para que eles sejam um, como nós somos um: 23eu neles e tu em mim, para que assim eles cheguem à unidade perfeita e o mundo reconheça que tu me enviaste e os amaste, como me amaste a mim. 24Pai, aqueles que me deste, quero que estejam comigo onde eu estiver, para que eles contemplem a minha glória, glória que tu me deste porque me amaste antes da fundação do universo. 25Pai justo, o mundo não te conheceu, mas eu te conheci, e estes também conheceram que tu me enviaste. 26Eu lhes fiz conhecer o teu nome, e o tornarei conhecido ainda mais, para que o amor com que me amaste esteja neles, e eu mesmo esteja neles”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santa Margarida de Cortona

Penitente da Terceira Ordem (1247-1297). Canonizada por Bento XIII no dia 16 de maio de 1728
A penitência marcou a vida de Margarida que nasceu em 1247, em Alviano, Itália. Foi por causa de sua juventude, período em que experimentou todos os prazeres de uma vida voltada para as diversões mais irresponsáveis.
Margarida ficou órfã de mãe, quando ainda era muito criança. O pai se casou de novo e a pequena menina passou a sofrer duramente nas mãos da madrasta. Sem apoio familiar, ela cresceu em meio a toda sorte de desordens, luxos e prazeres. No início da adolescência se tornou amante de um nobre muito rico e passou a desfrutar de sua fortuna e das diversões mundanas.
Um dia, porém, o homem foi vistoriar alguns terrenos dos quais era proprietário e foi assassinado. Margarida só descobriu o corpo alguns dias depois, levada misteriosamente até ele pela cachorrinha de estimação que acompanhara o nobre na viagem. Naquele momento, a moça teve o lampejo do arrependimento. Percebeu a inutilidade da vida que levava e voltou para a casa paterna, onde pretendia passar o resto da vida na penitência.
Para mostrar publicamente sua mudança de vida, compareceu à missa com uma corda amarrada ao pescoço e pediu desculpas a todos pelos excessos da sua vida passada. Só que essa atitude encheu sua madrasta de inveja, que fez com que ela fosse expulsa da paróquia. Margarida sofreu muito com isso e chegou a pensar em retomar sua vida de luxuria e riqueza. No entanto, com firmeza conseguiu se manter dentro da decisão religiosa, procurando os franciscanos de Cortona e conseguindo ser aceita na Ordem Terceira.
Para ser definitivamente incorporada à Ordem teria que passar por três anos de provação. Foi nesta época que ela se infligiu as mais severas penitências, que foram vistas como extravagantes, relatadas nos antigos escritos, onde se lê também que a atitude foi tomada para evitar as tentações do demônio. Seus superiores passaram a orienta-la e isso a impediu de cometer excessos nas penitências.
Aos 23 anos, Margarida de Cortona, como passou a ser chamada, foi premiada com várias experiências de religiosidade que foram presenciadas e comprovadas pelos seus orientadores espirituais franciscanos. Recebeu visitas do anjo da guarda, teve visões, revelações e mesmo aparições de Jesus, com quem conversava com frequência durante suas orações contemplativas.
Ela percebeu que o momento de sua morte se aproximava e foi ao encontro de Jesus serenamente, no dia 22 de fevereiro de 1297. Margarida de Cortona foi canonizada pelo Papa Bento XIII em 1728 e o dia de sua morte indicado para a sua veneração litúrgica.
Fonte: franciscanos.org.br
Santa Margarida de Cortona, rogai por nós!

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QUARTA-FEIRA, DIA 15 DE MAIO DE 2024

VII SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 20,28-38
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: Naqueles dias, Paulo disse aos anciãos da Igreja de Éfeso: 28“Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho, sobre o qual o Espírito Santo vos colocou como guardas, para pastorear a Igreja de Deus, que ele adquiriu com o sangue do seu próprio Filho. 29Eu sei, depois que eu for embora, aparecerão entre vós lobos ferozes, que não pouparão rebanho. 30Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com doutrinas perversas que arrastarão discípulos atrás de si. 31Por isso, estai sempre atentos: lembrai-vos de que, durante três anos, dia e noite, com lágrimas, não parei de exortar a cada um em particular. 32Agora entrego-vos a Deus e à mensagem de sua graça, que tem poder para edificar e dar a herança a todos os que foram santificados. 33Não cobicei prata, ouro ou vestes de ninguém. 34Vós bem sabeis que estas minhas mãos providenciaram o que era necessário para mim e para os que estavam comigo. 35Em tudo vos mostrei que, trabalhando deste modo, se deve ajudar os fracos, recordando as palavras do Senhor Jesus, que disse: ‘Há mais alegria em dar do que em receber’”. 36Tendo dito isto, Paulo ajoelhou-se e rezou com todos eles. 37Todos, depois, prorromperam em grande pranto, e lançando-se ao pescoço de Paulo, o beijavam, 38aflitos, sobretudo por lhes haver ele dito que não tornariam a ver-lhe o rosto. E o acompanharam até o navio.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 68,29.30.33-34.35-36 (R: 33a)
– Reinos da terra cantai ao Senhor.
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.
– Suscitai, ó Senhor Deus, suscitai vosso poder, confirmai este poder que por nós manifestastes, a partir de vosso templo, que está em Jerusalém, para vós venham os reis e vos ofertem seus presentes!
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.
– Reinos da terra, celebrai o nosso Deus, cantai-lhe salmos! Ele viaja no seu carro sobre os céus dos céus eternos. Eis que eleva e faz ouvir a sua voz, voz poderosa.
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.
– Dai glória a Deus e exaltai o seu poder por sobre as nuvens. Sobre Israel, eis sua glória e sua grande majestade! Em seu templo ele é admirável e a seu povo dá poder. Bendito seja o Senhor Deus, agora e sempre. Amém, amém!
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Vossa Palavra é a verdade; santificai-nos na verdade! (Jo 17,7)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 17,11b-19

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, Jesus ergueu os olhos para o céu e rezou, dizendo: 11bPai santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que eles sejam um assim como nós somos um. 12Quando eu estava com eles, guardava-os em teu nome, o nome que me deste. Eu os guardei e nenhum deles se perdeu, a não ser o filho da perdição, para se cumprir a Escritura. 13Agora, eu vou para junto de ti, e digo estas coisas, estando ainda no mundo, para que eles tenham em si a minha alegria plenamente realizada. 14Eu lhes dei a tua palavra, mas o mundo os rejeitou, porque não são do mundo, como eu não sou do mundo. 15Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno. 16Eles não são do mundo, como eu não sou do mundo. 17Consagra-os na verdade; a tua palavra é verdade. 18Como tu me enviaste ao mundo, assim também eu os enviei ao mundo. 19Eu me consagro por eles, a fim de que eles também sejam consagrados na verdade”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santo Isidoro

Vida difícil e sacrificante, Isidoro santificou-se ao aprender a mística de aceitar e oferecer a Deus suas dores
Com quatro decretos emanados no mesmo dia (12/03/1622), o Papa Gregório XV canoniza Inácio de Loyola, Teresa de Ávila, Francisco Xavier, Filipe Néri e Isidoro. Haviam chegado à santidade por caminhos bem diferentes. Isidoro conquistou a santidade cavando a terra. A pobreza da família (nasceu em Madri em 1080) obrigou-o ainda muito jovem a procurar um trabalho braçal no campo. Com muitos camponeses, levanta-se ao cantar do galo para assistir à Missa antes de ir ao trabalho. Seu primeiro empregador, um tal Vera, muito o apreciou desde logo, seja pela vontade de trabalhar, seja pela sua retidão e honestidade. Não obstante isso, o incansável trabalhador foi acusado pelos companheiros inclusive de fugir do serviço. Porque se ausentava para rezar, diziam movidos pela inveja e ciúme, que Isidoro abandonava o posto de trabalho. Era verdade, mas o jovem recuperava aquela horinha passada em oração a Deus nos tempos mais castigados pelo sol, redobrando seu empenho.
O proprietário não quis conversa e exigiu a entrega de toda a colheita do campo que lhe havia dado de meia, além do abandono imediato das práticas de piedade durante o trabalho. Deus premiou o humilde e paciente trabalhador, multiplicando o pouco trigo que ficara nas tulhas. Quando pôde voltar ao seu torrão natal, após forçada emigração, foi contratado por um proprietário de terra mais compreensivo, João Vargas, que fez dele seu braço direito. Novamente atingido pela maledicência dos outros trabalhadores, Isidoro aceitou tranquilamente a provação sem protestar. O Vargas quis tirar a limpo as acusações e se colocou escondido perto do campo de trabalho de Isidoro.
De fato o surpreendeu de joelhos rezando, mas não muito longe estava um anjo dirigindo o arado e outro guiando os bois. O Vargas que até então tinha admiração, passou a ter devoção. De acordo com sua piedosa esposa, em uma nobre disputa de caridade para com o próximo, Isidoro não tirou vantagens pessoais de benevolência do seu empregador: continuou trabalhando a terra com alegre dedicação, repartindo com os pobres os bens materiais adquiridos com o suor da própria fronte.
Tinha sempre algo para dar aos necessitados, até aos passarinhos. Indo com o burrinho espalhava pela estrada mãozadas de trigo sem que o conteúdo do saco diminuísse de peso.
Morreu em cerca de 1130. Filipe II, atribuindo a sua cura à intercessão do santo camponês, de quem havia levado algumas relíquias, tornou-se um dos mais zelosos promotores da sua canonização, que, tardou a vir, mas se transformou em verdadeira apoteose.
Santo Isidoro, rogai por nós.

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TERÇA-FEIRA, DIA 14 DE MAIO DE 2024

SÃO MATIAS, APÓSTOLO
Cor Litúrgica vermelha

Primeira leitura
At 1,15-17.20-26
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – 15Naqueles dias, Pedro levantou-se no meio dos irmãos e disse: 16“Irmãos, era preciso que se cumprisse o que o Espírito Santo, por meio de Davi, anunciou na Escritura sobre Judas, que se tornou o guia daqueles que prenderam Jesus. 17Judas era um dos nossos e participava do mesmo ministério. 20De fato, no livro dos Salmos está escrito: ‘Fique deserta a sua morada, nem haja quem nela habite!’ E ainda: ‘Que outro ocupe o seu lugar!’ 21Há homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus vivia no meio de nós, 22a começar pelo batismo de João até o dia em que foi elevado ao céu. Agora, é preciso que um deles se junte a nós para ser testemunha da sua ressurreição”. 23Então eles apresentaram dois homens: José, chamado Barsabás, que tinha o apelido de Justo, e Matias. 24Em seguida, fizeram esta oração: “Senhor, tu conheces os corações de todos. Mostra-nos qual destes dois escolheste 25para ocupar, neste ministério e apostolado, o lugar que Judas abandonou para seguir o seu destino!”. 26Então tiraram a sorte entre os dois. A sorte caiu em Matias, o qual foi juntado ao número dos onze apóstolos.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 113,1-2.3-4.5-6.7-8 (R: 8)
– O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.
R:O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.
– Louvai, louvai, ó servos do Senhor, louvai, louvai o nome do Senhor! Bendito seja o nome do Senhor, agora e por toda a eternidade!
R:O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.
– Do nascer do sol até o seu ocaso, louvado seja o nome do Senhor! O Senhor está acima das nações, sua glória vai além dos altos céus.
R:O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.
– Quem pode comparar-se ao nosso Deus, ao Senhor, que no alto céu tem o seu trono e se inclina para olhar o céu e a terra?
R:O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.
– Levanta da poeira o indigente e do lixo ele retira o pobrezinho, para fazê-lo assentar-se com os nobres, assentar-se com os nobres do seu povo.
R: O Senhor fez o indigente assentar-se com os nobres.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu vos designei para que vades e deis frutos e o vosso fruto permaneça
(Jo 15,16).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 15,9-17

 – O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 9Como meu Pai me amou, assim também eu vos amei. Permanecei no meu amor. 10Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, assim como eu guardei os mandamentos do meu Pai e permaneço no seu amor. 11E eu vos disse isto, para que a minha alegria esteja em vós e a vossa alegria seja plena. 12Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei. 13Ninguém tem amor maior do que aquele que dá sua vida pelos amigos. 14Vós sois meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. 15Já não vos chamo servos, pois o servo não sabe o que faz o seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai. 16Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e para que produzais fruto e o vosso fruto permaneça. O que então pedirdes ao Pai em meu nome, ele vo-lo concederá. 17Isto é o que vos ordeno: amai-vos uns aos outros.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Matias, apóstolo e mártir, testemunho vivo da ressurreição de Jesus

Nome e eleição
Matias é nome frequente entre os judeus e quer dizer “dom de Deus”. É o apóstolo que recebeu o dom do grande privilégio de ser agregado aos Doze, tomando o lugar vago deixado pela deserção de Judas Iscariotes. Sua eleição foi mediante sorteio, após a ascensão do Senhor, pela proposta de Simão Pedro, que, em poucas palavras, fixou os três requisitos para o ministério apostólico: pertencer aos que seguiam Jesus desde o começo, ser chamado e enviado: “É necessário, pois, que, destes homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, a começar pelo batismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado, haja um que se torne conosco testemunha de sua ressurreição”. Essa foi uma das condições necessárias: Ser testemunha ocular do ressuscitado!
Testemunha
Matias esteve, portanto, constantemente próximo de Jesus desde o início até o fim de sua vida pública. Testemunha de Cristo e mais precisamente da sua ressurreição, pois a ressurreição do Salvador é a própria razão de ser do cristianismo. Matias, portanto, viveu com os onze o milagre da Páscoa e poderá, com todo o direito, anunciar Cristo ao mundo, como espectador da vida e da obra de Cristo “desde o batismo de João”. Também a segunda e a terceira condições, ser divinamente chamado e enviado, estão claramente expressas pela oração do colégio apostólico: “Senhor, tu que conheces o coração de todos, mostra qual destes dois escolheste”.
Sorteio
A eleição de Matias por sorteio pode causar-nos espanto. Tirar a sorte para conhecer a vontade divina é método muito conhecido na Sagrada Escritura. A própria divisão da Terra prometida foi mediante sorteio; e os apóstolos julgaram oportuna a conformidade com esse costume. Entre os dois candidatos propostos pela comunidade cristã, José filho de Sabá, cognominado o Justo; e Matias, a escolha caiu sobre o último. O novo apóstolo, cujo nome brilha na Escritura somente no instante da eleição, viveu com os onze a fulgurante experiência de Pentecostes antes de encaminhar-se, como os outros, pelo mundo afora a anunciar “a glória do Senhor”. 
Tradição e morte
Segundo a tradição, Matias evangelizou na Judeia, na Capadócia e, depois, na Etiópia. Ele sofreu perseguições e o martírio, morreu apedrejado e decapitado em Colchis, Jerusalém, testemunhando sua fidelidade a Jesus. Nada se sabe de suas atividades apostólicas, nem se morreu mártir ou de morte natural, pois as narrações a seu respeito pertencem aos escritos apócrifos. À tradição da morte por decapitação com machado liga-se o seu patrocínio especial aos açougueiros e carpinteiros. Normalmente, é representado com um machado ou com uma alabarda, que são símbolos da força do cristianismo e do seu martírio.
Relíquias
Há registros de que Santa Helena, mãe do imperador Constantino, o Grande, mandou trasladar as relíquias de São Matias para Roma, onde uma parte está guardada na igreja de Santa Maria Maior. O restante delas se encontra na antiquíssima igreja de São Matias, em Treves, na Alemanha, cidade que a tradição diz ter sido evangelizada por ele e que o tem como seu padroeiro.
Festa
Sua festa, celebrada por muito tempo a 24 de fevereiro para evitar o período quaresmal, foi fixada pelo novo calendário a 14 de maio, data certamente mais próxima do dia da sua eleição.
A minha oração
“Ó glorioso Apóstolo, vós sois uma luz em meio à multidão, um testemunho vivo da ressurreição de nosso Senhor. Mesmo sem tê-lo visto, queremos também ser sinais e anunciadores do ressuscitado. Ajuda-nos, mesmo em meio às dificuldades, a evangelizar levando a experiência do encontro pessoal com Jesus!”
São Matias, rogai por nós!

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SEGUNDA-FEIRA, DIA 13 DE MAIO DE 2024

VII SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca
Nossa Senhora de Fátima

Primeira leitura
At 19,1-8
– Leitura dos Atos dos Apóstolos: 1Enquanto Apolo estava em Corinto, Paulo atravessou as regiões montanhosas e chegou a Éfeso. Aí encontrou alguns discípulos e perguntou-lhes: 2“Vós recebestes o Espírito Santo quando abraçastes a fé?” Eles responderam: “Nem sequer ouvimos dizer que existe o Espírito Santo!”
3Então Paulo perguntou: “Que batismo vós recebestes?” Eles responderam: “O batismo de João”. 4Paulo disse-lhes: “João administrava um batismo de conversão, dizendo ao povo que acreditasse naquele que viria depois dele, isto é, em Jesus”. 5Tendo ouvido isso, eles foram batizados no nome do Senhor Jesus.
6Paulo impôs-lhes as mãos e sobre eles desceu o Espírito Santo. Começaram então a falar em línguas e a profetizar. 7Ao todo, eram uns doze homens. 8Paulo foi então à sinagoga e, durante três meses, falava com toda convicção, discutindo e procurando convencer os ouvintes sobre o reino de Deus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 68,2-3.4-5ac. 6-7ab (R: 33a)
– Reinos da terra, cantai ao Senhor.
R: Reinos da terra, cantai ao Senhor.
– Eis que Deus se põe de pé, e os inimigos se dispersam! Fogem longe de sua face os que odeiam o Senhor! Como a fumaça se dissipa, assim também os dissipais, como a cera se derrete, ao contato com o fogo, assim pereçam os iníquos ante a face do Senhor!
R: Reinos da terra cantai ao Senhor.
– Mas os justos se alegram na presença do Senhor; rejubilam satisfeitos e exultam de alegria! Cantai a Deus, a Deus louvai, cantai um salmo a seu nome! O seu nome é Senhor: exultai diante dele!
R: Reinos da terra cantai ao Senhor.
– Dos órfãos ele é pai, e das viúvas protetor; é assim o nosso Deus em sua santa habitação. É o Senhor quem dá abrigo, dá um lar aos deserdados, quem liberta os prisioneiros e os sacia com fartura.
R: Reinos da terra cantai ao Senhor.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai (Cl 3,1)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,29-33

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo: 29Os discípulos disseram a Jesus: ‘Eis, agora falas claramente e não usas mais figuras. 30Agora sabemos que conheces tudo e que não precisas que alguém te interrogue. Por isto cremos que vieste da parte de Deus. 31Jesus respondeu: ‘Credes agora? 32Eis que vem a hora – e já chegou – em que vos dispersareis, cada um para seu lado, e me deixareis só. Mas eu não estou só; o Pai está comigo. 33Disse-vos estas coisas para que tenhais paz em mim. No mundo, tereis tribulações. Mas, tende coragem! Eu venci o mundo!’
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Nossa Senhora de Fátima

Havendo passado mais de 100 anos das aparições de Nossa Senhora em Fátima, muito se fala, mas pouco se conhece a respeito de suas revelações, tão cheias de significado e de mistério.
Neste artigo apresentamos a você um resumo da história de Fátima que poderá ser desdobrado para maior aprofundamento.
INÍCIO DAS APARIÇÕES
Em 1917, Nossa Senhora de Fátima profetizou aos três pastorinhos, Lúcia, Francisco e Jacinta, que, se a humanidade não desse ouvidos aos apelos que Ela vinha fazer, começaria uma segunda guerra mundial pior que a primeira e que a Rússia espalharia seus erros pelo mundo.
O que de fato aconteceu: a segunda guerra ocorreu de 1939 a 1945 e a revolução comunista na Rússia eclodiu um mês depois da sexta aparição.
Nossa Senhora vinha pedir a conversão pois, do contrário, duras perseguições se desencadeariam contra a Igreja e a mão de Deus puniria a terra por sua infidelidade.
Qual caminho a humanidade seguiu? Todos nós sabemos.
Entretanto, por cima destas previsões mais catastróficas, Nossa Senhora anunciou um sol de esperança:
“Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.”
Nossa Senhora de Fátima
As profecias de Fátima são, antes de tudo, palavras de confiança e de certeza da vitória. Não é o anúncio do fim, mas a aurora de uma nova era histórica.
Esta era histórica virá como uma grande misericórdia. O triunfo d’Ela é o triunfo de Cristo. É o Reino de Maria no Reino de Cristo!
Aparições de Fátima
APARIÇÕES DO ANJO DE PORTUGAL
Assim como o nascimento de Jesus foi anunciado pelo Arcanjo São Gabriel, também as aparições de Nossa Senhora aos pastorinhos foram preparadas por meio de três aparições do Anjo de Portugal, depois das quais passaram a ter uma vida de oração e sacrifício muito mais intensa, tudo oferecido em reparação pelos pecados cometidos contra Deus e pela conversão dos pecadores.
A primeira das aparições deu-se numa colina próxima da Cova da Iria, denominada Cabeço.
No verão de 1916, quando os três pastorinhos brincavam no terreiro da casa dos pais de Lúcia, junto a um poço ali existente, aparece-lhes novamente o Anjo, como o narra a Ir. Lúcia.
As crianças passam a ter presente em sua alma a necessidade de reparar os pecados dos homens, como conta Walsh a respeito de Francisco.
No fim do verão ou princípio do outono de 1916, mais uma vez na Loca do Cabeço, deu-se a última aparição do celeste mensageiro. Havendo as crianças terminado de merendar, em vez de começarem a brincar, foram rezar numa gruta próxima. Estavam eles de joelhos e inclinados, rezando a oração ensinada pelo Anjo, quando ele tornou a se fazer ver, como nos conta a Ir. Lúcia.
As palavras do Anjo produziram profunda impressão nas três crianças, as quais, a partir de então, começaram a sofrer e rezar fervorosamente pelos pecadores.
Estavam assim já preparados para o encontro com a Rainha dos Anjos!
Anjo de Portugal – Salvai-me, Rainha da Fátima!
A Loca do Cabeço no local da sua aparição aos três pastorinhos, em Portugal
Os três pastorinhos: Lúcia, Francisco e Jacinta
13 de Maio de 1917
PRIMEIRA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Um dos mais marcantes fatos de nossos tempos deu-se no começo do século XX, no dia 13 de maio de 1917, quando Nossa Senhora se manifestou aos três pastorinhos, pedindo orações e sacrifícios em reparação pelos pecados cometidos contra Deus e pela conversão dos pecadores. Recomendou também que rezassem o Terço todos os dias.
Naquela manhã de domingo, 13 de maio, depois de assistirem à Missa na igreja de Aljustrel, onde moravam, saíram em direção à serra com seu pequeno rebanho de ovelhas. Lúcia disse em tom categórico:
— Vamos para as terras de meu pai, na Cova da Iria.
Obedecendo, os outros tocaram as ovelhas, e lá se foram pela Serra de Aire.
Por volta do meio-dia, após terem tomado seu lanche e rezado o Terço, conforme o pedido que o Anjo lhes havia feito, de súbito, as três crianças viram como que um clarão de relâmpago, que as surpreendeu. Olharam para o céu e, depois, umas para as outras: ficaram mudas e pasmas, pois o horizonte estava limpo e sereno. Que seria?
Lúcia, então, ordenou:
— Vamos embora, que pode vir trovoada.
— Pois vamos – disse Jacinta.
A meio caminho, viram um segundo relâmpago. Com redobrado susto apertaram o passo, continuando a descer. Porém, mal haviam chegado ao fundo da Cova da Iria pararam, confusos e maravilhados: ali, a curta distância, sobre uma carrasqueira de pouco mais de um metro, aparecia-lhes a Mãe de Deus.
Segundo as descrições da Ir. Lúcia, era “uma Senhora, vestida toda de branco, mais brilhante que o sol, espargindo luz mais clara e intensa que um copo de cristal cheio de água cristalina, atravessado pelos raios do sol mais ardente”. Seu semblante era de inenarrável beleza, nem triste, nem alegre, mas sério, talvez com uma suave expressão de ligeira censura. O vestido, mais alvo que a própria neve, parecia tecido de luz. Tinha as mangas relativamente estreitas e era fechado ao pescoço, descendo até os pés, os quais, envolvidos por uma tênue nuvem, mal eram vistos roçando as folhas da azinheira. Um manto lhe cobria a cabeça, também branco com bordas de ouro, do mesmo comprimento que o vestido, envolvendo-Lhe quase todo o corpo. As mãos, as trazia juntas a rezar, apoiadas no peito; da direita pendia um lindo rosário de contas como pérolas brilhantes, do qual pendia uma Cruz de intensa luz prateada. Seu único adorno era um delicado colar de ouro, de pura luz, que Lhe caía sobre o peito, do qual pendia uma pequena esfera do mesmo metal, quase à altura da cintura.
Diante da admiração respeitosa dos pastorinhos, a Santíssima Virgem lhes disse com suave bondade, segundo o relato da Ir. Lúcia:
“— Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
“— De onde é Vossemecê? – Lhe perguntei.
“— Sou do Céu.
“— E que é que Vossemecê me quer?
“— Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora.
Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei ainda aqui uma sétima vez.
“— E eu também vou para o Céu?
“— Sim, vais.
“— E a Jacinta?
“— Também.
“— E o Francisco?
“— Também, mas tem que rezar muitos Terços.
“Lembrei-me então de perguntar por duas raparigas que tinham morrido há pouco. Eram minhas amigas e estavam em minha casa a aprender a tecedeiras com minha irmã mais velha.
“— A Maria das Neves já está no Céu?
“— Sim, está.
“Parece-me que devia ter uns dezesseis anos.
“— E a Amélia?
“— Estará no Purgatório até o fim do mundo.
“Parece-me que devia ter de dezoito a vinte anos.
“— Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em ato de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?
“— Sim, queremos.
“— Ides, pois, ter muito que sofrer, mas a graça de Deus será o vosso conforto.
“Foi ao pronunciar estas últimas palavras (a graça de Deus, etc.) que abriu pela primeira vez as mãos, comunicando-nos uma luz tão intensa, como que reflexo que delas expedia, que penetrando-nos no peito e no mais íntimo da alma, fazendo-nos ver a nós mesmos em Deus, que era essa luz, mais claramente que nos vemos no melhor dos espelhos. Então, por um impulso íntimo também comunicado, caímos de joelhos e repetíamos intimamente:
“— Ó Santíssima Trindade, eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus, eu Vos amo no Santíssimo Sacramento.
“Passados os primeiros momentos, Nossa Senhora acrescentou:
“— Rezem o Terço todos os dias, para alcançarem a paz para o mundo e o fim da guerra.
“Em seguida, começou-Se a elevar serenamente, subindo em direção ao nascente, até desaparecer na imensidade da distância”.
A Celeste Mensageira havia produzido nas crianças uma deliciosa impressão de paz e de alegria radiante. De tempos em tempos, o silêncio em que tinham caído era cortado por esta jubilosa exclamação de Jacinta:
— Ai! Que Senhora tão bonita! Ai! Que Senhora tão bonita!
Nesta, como nas outras aparições, a Virgem Santíssima falou apenas com Lúcia, sendo que Jacinta só via e ouvia o que Ela dizia. Francisco, entretanto, não A ouvia, mas somente A via.
Quando as duas meninas lhe relataram o que Nossa Senhora disse a respeito dele, ficou muito contente e, cruzando as mãos acima de sua cabeça, exclamou em alta voz:
— Ó minha Nossa Senhora! Terços digo eu quantos Vós quiserdes!
Aquela Senhora tão bonita, como dizia Jacinta, não deu nenhuma ordem para as crianças manterem sigilo sobre a aparição. Mesmo assim, fizeram um “pacto infantil” de segredo, resolvendo não contar nada a ninguém, tal como haviam feito quando o Anjo lhes aparecera.
Como sabemos, crianças não são boas para guardar segredo… e Jacinta tão logo se encontrou com a mãe, correu para contar-lhe o que tinha ocorrido na Cova da Iria.
Mas esta não lhe deu nenhum crédito e julgou tratar-se de imaginação infantil.
Mais tarde, durante o jantar com toda a família reunida, Jacinta tornou a contar sua história, deixando seu irmão Francisco numa situação bem difícil. Por um lado, não queria mentir e, por outro, não queria quebrar a promessa feita à prima Lúcia. Optou por ficar em silêncio.
Porém, ao ser interrogado pelo pai, o qual sabia ser o filho incapaz de mentir, não restou outra saída senão confirmar o que Jacinta acabava de contar.
Foi impossível evitar que a notícia corresse por toda a parte.
RECEBA UM TERÇO DOURADO!
13 de Junho de 1917
SEGUNDA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Por ocasião da segunda aparição, Nossa Senhora revela que levaria em breve Jacinta e Francisco, mas Lúcia ficaria por mais algum tempo, sendo instrumento para tornar Nossa Senhora mais conhecida e amada. Revelou também o desejo de seu Divino Filho de se estabelecer no mundo a devoção ao Imaculado Coração d’Dela.
No dia 13 de junho, muitos devotos e curiosos compareceram ao local da aparição.
Era por volta de cinquenta o número de pessoas.
Depois de rezarem o Terço, uma moça pediu que se recitasse também a Ladainha da Santíssima Virgem. Lúcia, entretanto, disse que não daria mais tempo. A luz, que elas chamavam de relâmpago, começava a aparecer.
As crianças se ajoelharam perto da azinheira e ali pousou Nossa Senhora, como no mês anterior.
Ir. Lúcia assim transcreve o diálogo:
“— Vossemecê que me quer? – perguntei.
“— Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, que rezeis o Terço todos os dias e que aprendais a ler. Depois direi o que quero.
“Pedi a cura dum doente.
“— Se se converter, curar-se-á durante o ano.
“— Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu.
“— Sim; a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo.
Jesus quer servir-Se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a aceita, prometer-lhe-ei a salvação e estas almas serão amadas de Deus, como flores colocadas por Mim para enfeitar o seu trono.
“— Fico cá sozinha? – perguntei, com pena.
“— Não, filha. E tu sofres muito? Não desanimes. Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.
“Foi no momento em que disse estas últimas palavras, que abriu as mãos e nos comunicou, pela segunda vez, o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu na que se espargia sobre a terra. À frente da palma da mão direita de Nossa Senhora, estava um Coração cercado de espinhos que pareciam estar nele cravados. Compreendemos que era o Imaculado Coração de Maria, ultrajado pelos pecados da humanidade, que queria reparação”.
A Senhora, então, começou a Se elevar acima do arbusto e, subindo suavemente pela luminosa estrada que seu incomparável brilho parecia abrir no firmamento, até desaparecer.
Lúcia gritou aos circunstantes:
— Se A querem ver, olhem… vai além…
Desaparecida por completo a visão, Lúcia exclamou:
— Pronto! Agora não se vê mais, já entrou no Céu e se fecharam as portas.
O público ali presente, embora não tivesse visto Nossa Senhora, compreendeu que acabava de se passar algo de extraordinário e sobrenatural. Várias pessoas começaram a tirar raminhos e folhinhas da copa da azinheira, mas logo foram advertidos por Lúcia que colhessem apenas os de baixo.
No caminho de volta para casa, todos iam rezando o Terço em louvor à augusta Senhora que Se dignara descer do Céu até aquele perdido recanto de Portugal.
COLOQUE SEU NOME NO CORAÇÃO DE MARIA!
Os três pastorinhos no local das aparições
Jacinta Marto (à esq.) e Lúcia dos Santos
13 de Julho de 1917
TERCEIRA APARIÇÃO: “ISTO NÃO O DIGAIS A NINGUÉM”
Foi na terceira aparição que Nossa Senhora revelou-lhes o famoso “Segredo”, nas suas 3 partes, ordenando que não contassem a ninguém. Anunciou também que no mês de outubro faria um milagre por onde todos acreditariam nas aparições.
No dia anterior em que se daria a terceira aparição de Nossa Senhora de Fátima, Lúcia estava resolvida a não comparecer à Cova da Iria, por estar passando por uma dura prova. A
mãe não lhe dava crédito e a acusava de mentirosa. Ademais, o pároco do local, depois de a ter interrogado meticulosamente, pronunciou-se da seguinte forma: “Não
me parece uma revelação do Céu. Quando se dão estas coisas, por ordinário, Nosso Senhor manda essas almas, a quem Se comunica, dar conta do que se passa a seus confessores ou párocos, e esta, ao contrário, retrai-se quanto pode. Isto também pode ser um engano do demônio. Vamos ver. O futuro nos dirá o que havemos de pensar”.
A tal ponto esta dúvida foi tomando o seu subconsciente que, certa noite, acordou gritando. Depois, contou o que havia sonhado:
“Vi o demônio que, rindo-se de me ter enganado, fazia esforços por me arrastar para o inferno. Ao ver-me nas suas garras, comecei a gritar de tal forma, chamando Nossa Senhora, que acordei minha mãe, a qual me chamou, aflita, perguntando-me o que eu tinha”.
No dia 12 pela tarde, Jacinta e Francisco, tentaram convencer Lúcia de todos os modos, mostrando-lhe ser impossível que a Senhora tivesse qualquer relação com o
inferno, muito pelo contrário! Lúcia, todavia, permanecia firme em sua resolução. A Jacinta, que lhe insistia com lágrimas nos olhos para acompanhá-los até a Cova da
Iria, Lucia disse: “Olha: se a Senhora te perguntar por mim, diz-Lhe que não vou, porque tenho medo que seja o demônio”.
No dia seguinte, ao aproximar-se a hora em que deviam partir, Lucia sentiu-se impulsionada por uma estranha força, que não era fácil resistir. Foi se encontrar com os primos e os encontrou no quarto, de joelhos, chorando e rezando, como ela mesma conta:
“— Então vocês não vão? – lhes perguntei.
“— Sem ti não nos atrevemos a ir. Anda, vem.
“— Já cá vou – lhes respondi.
“Então, com um semblante já alegre, partiram comigo”.
E as três crianças se puseram a caminho. Ao chegarem no local das aparições, surpreenderam-se com a multidão que ali se encontrava: eram entre duas ou três mil pessoas.
A Ir. Lúcia narra o que sucedeu:
“Vimos o reflexo da costumada luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
“— Vossemecê que me quer? – perguntei.
“— Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o Terço todos os dias, em honra de Nossa Senhora do Rosário, para obter a paz do mundo e o
fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer.
“— Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é, para fazer um milagre com que todos acreditem que Vossemecê nos aparece.
“— Continuem a vir aqui todos os meses. Em outubro direi quem sou, o que quero e farei um milagre que todos hão de ver, para acreditar”.
E foi então que Nossa Senhora lhes revelou o Segredo, o coração da Mensagem de Fátima, ordenando-lhes ao final: “Isto não o digais a ninguém”…
AJUDE-NOS A DIVULGAR A MENSAGEM DE FÁTIMA!
19 de Agosto de 1917
QUARTA APARIÇÃO: A PROVAÇÃO DOS PASTORINHOS
A quarta aparição foi assinalada por inúmeros acontecimentos que marcaram profundamente a vida das crianças: Seus pais foram intimados pelas autoridades locais, o padre local não lhes dava crédito, foram elas submetidas a exaustivos interrogatórios, sequestradas, ameaçadas de morte e até mesmo ficaram presas em uma cadeia pública junto com outros detentos!
No dia marcado para a aparição não puderam comparecer, mas nem por isso Nossa Senhora de Fátima deixou de visitá-los dias depois em outro local, onde pede novamente que rezem muito pelos pecadores, porque “vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas.”
Aproximava-se o dia 13 de agosto, data prevista para a quarta aparição da Mensageira Celestial. A situação das crianças, porém, não era nada fácil. Elas estavam no meio de um fogo cruzado, pois, de um lado, havia autoridades civis e políticas abertamente contrárias à Religião e, de outro, a prudência da Igreja que não se pronunciava favoravelmente com relação às aparições.
Eram os anos posteriores à queda do regime monárquico em Portugal, fato ocorrido em 1910, e a Igreja Católica vivia dias difíceis. O administrador do concelho de Vila Nova de Ourém, Artur de Oliveira Santos, era anticatólico. Como Fátima pertencia justo ao concelho de Vila Nova de Ourém,  o administrador mandou intimar os pais dos pastorinhos, com seus filhos, para o sábado, dia 11 de agosto, ao meio-dia.
Na realidade, os pais de Lúcia não acreditavam nas aparições e esperavam que o medo vencesse a filha, para que pudessem voltar à tranquilidade de seus afazeres.
Lúcia e o pai foram inquiridos a respeito do Segredo e ela resistiu, mesmo tendo sido ameaçada de morte. O Sr. Marto foi sozinho e não levou Jacinta nem Francisco, pois ele e Da. Olímpia, sua esposa, pensavam diferente dos pais de Lúcia. O administrador foi duro com o Sr. Marto, porque ele não levou os filhos, e resolveu ir até sua casa, desta vez acompanhado de um sacerdote.
O sequestro dos pastorinhos
Estando o administrador em casa dos pastorinhos, acompanhado do pároco local, quis interrogar Francisco e Jacinta. Como não conseguiu nenhum resultado, resolveu se utilizar de uma artimanha, levando os videntes até a casa do pároco, para serem novamente examinados por ele e pelo próprio sacerdote.
O pároco, querendo “lavar as mãos” e ficar bem com a autoridade civil, interrogou Lúcia primeiro, dizendo-lhe que estavam mentindo, enganando muita gente com a história das aparições, concluindo que todo aquele que diz mentiras vai para o inferno… A menina, inspirada pelo Espírito Santo, respondeu com firmeza: “Se quem mente vai para o inferno, eu não vou para o inferno. Porque eu não minto e digo somente o que vi e o que a Senhora me disse. Quanto ao povo que vai lá, vai porque quer. Nós não chamamos ninguém”.
Tendo sido frustrada a tentativa, o administrador resolveu usar de outra tática. Enganou os pastorinhos, os convidando a irem em seu carro até o local das aparições, mas na verdade os sequestrou, indo para Ourém a toda a velocidade. Lá, os deixou em casa com sua esposa. Cumulou os pequenos de saborosas comidas, fazendo-os brincar com os próprios filhos. Esperava, com isso, amolecer as crianças com todas aquelas manifestações de falsa amabilidade.
Deste modo, os pastorinhos passaram o dia da aparição distantes da Cova da Iria. Na ocasião, Francisco soube exprimir bem a dúvida que brotava no coração dos três pastorinhos: “Nossa Senhora é capaz de ter ficado triste, por a gente não ir à Cova de Iria, e não volte mais a aparecer-nos. E eu gostava tanto de A ver!”
E, com uma inocência de comover qualquer coração, concluía: “Decerto não nos apareceu no dia 13 para não ir à casa do senhor administrador, talvez por ele ser tão mau”.
Enquanto isso, na Cova da Iria…
Já na Cova da Iria, uma multidão calculada entre cinco a seis mil pessoas, esperava os pequenos videntes na hora em que Nossa Senhora de Fátima costumava aparecer.
Desde as onze horas o povo rezava e cantava. No entanto, onde estavam as crianças? Por volta do meio-dia, enquanto rezavam o Terço, chegou alguém de Fátima com a notícia do rapto dos pastorinhos, despertando forte indignação entre todos.
Neste momento, repentinamente ouviu-se um leve murmúrio, seguido de um estrondo de trovão e um relâmpago, como das outras vezes. Viram, então, uma nuvenzinha branca, transparente e leve, pousar suavemente sobre a carrasqueira por uns instantes. Pouco depois, elevou-se e se dissipou no azul do céu. Tudo indica que Nossa Senhora de Fátima veio e, não encontrando os pequenos, Se retirou, manifestando-Se por meio destes sinais para que a multidão se desse conta de sua presença.
A prisão das crianças
Havendo passado a noite na casa do administrador, na manhã seguinte os guardas levaram os pequenos para exaustivos interrogatórios na sede da administração. Queriam a todo custo descobrir o Segredo, mas as crianças ficaram firmes e tudo foi em vão. Até mesmo ouro lhes ofereceram; todavia eles resistiram e não contaram nada.
Depois, partiram para as ameaças, e ameaças terríveis para pequenas crianças, como a de jogá-las num caldeirão de azeite onde morreriam fritas. Por fim, o administrador terminou por prender os pastorinhos numa cela da cadeia pública, junto com criminosos.
Jacinta chorava com saudade dos pais, que temia nunca mais voltar a ver. Francisco, para encorajar a irmãzinha e a prima a oferecerem tais tormentos como sacrifício pela conversão dos pecadores, conforme o Anjo e a própria Virgem os havia ensinado, disse: “A mãe, se não a tornarmos a ver, paciência! Oferecemos pela conversão dos pecadores. O pior é se Nossa Senhora não volta mais! Isso é que mais me custa! Mas também o ofereço pelos pecadores”.
A isto, Jacinta acrescentou que deviam oferecer também pelo Santo Padre e em reparação às ofensas cometidas contra o Imaculado Coração de Maria.
No convívio com os criminosos, na prisão, resolveram rezar o Terço. Cena inaudita: os detentos que ali se encontravam se ajoelharam também, movidos pelo exemplo irresistível daqueles três confessores da Fé.
Apesar do alívio que sentiram na recitação do Terço, terminada a oração Jacinta voltou-se para a janela e tornou a chorar. Os presos que ali se encontravam queriam consolar aquela heroína de apenas sete anos, tentando convencê-la a revelar o Segredo:
“— Mas vocês – diziam eles – digam ao senhor administrador lá esse Segredo. Que lhes importa que essa Senhora não queira?
“— Isso não! – respondeu a Jacinta com vivacidade – Antes quero morrer”.
Ameaças e heroísmo dos videntes
Chegou a hora mais crucial da prova: chamaram os pastorinhos para o gabinete do administrador. Em tom intimidativo, este mandou levar Jacinta para, segundo sua ameaça, o caldeirão de azeite fervendo, já que ela não revelava o Segredo. Pensavam que, sendo a mais nova, não resistiria ao medo e o contaria. No entanto, a menina acompanhou aquele que a chamava sem dizer uma palavra.
Em seguida pegaram Francisco pelo braço. Ele, em lágrimas, mas resoluto e firme, tampouco contou o Segredo. Por fim, foi a vez de Lúcia… Ainda que tivesse a ideia de que seus primos estivessem mortos e de que ela seria a próxima, não revelou o Segredo e resistiu àquela cruel pressão, também com heroísmo notável.
Pouco tempo depois, estavam ela e os dois primos num quarto, abraçando-se com alegria! Sem embargo, o tormento ainda não havia passado. Recordemos que a todo este sofrimento se deve acrescentar o aparente abandono da família e as dúvidas que o pároco levantou…
No dia seguinte, 15 de agosto, festa da Assunção de Maria, o administrador os submeteu a novos inquéritos. Vendo perdido seu intento, temendo o pior, devido a um verdadeiro levante popular em defesa das crianças, e querendo salvar a própria pele, resolveu devolvê-las na residência do pároco de Fátima.
Nossa Senhora os visita em Valinhos
Tendo em vista que não se encontraram com Nossa Senhora no dia 13 de agosto, os pastorinhos ficaram com um misto de esperança e desânimo…
Quatro dias depois do sequestro, em 19 de agosto, Jacinta não foi ao campo, e seu irmão João, de onze anos, a substituiu na guarda do rebanho. Estando próximos de Aljustrel, num local chamado Valinhos, Francisco e Lúcia, por volta das quatro horas da tarde, perceberam algo de sobrenatural prenunciando a chegada da Celeste Mensageira.
Lembraram-se imediatamente de Jacinta e pediram que João fosse chamar sua irmã às pressas, chegando esta justo a tempo da aparição.
Assim narra Lúcia o que aconteceu:
“Entretanto, vi, com o Francisco, o reflexo da luz a que chamávamos relâmpago; e chegada a Jacinta, um instante depois, vimos Nossa Senhora sobre uma carrasqueira.
“— Que é que Vossemecê me quer?
“— Quero que continueis a ir à Cova de Iria no dia 13, que continueis a rezar o Terço todos os dias. No último mês, farei o milagre, para que todos acreditem.
“— Que é que Vossemecê quer que se faça ao dinheiro que o povo deixa na Cova de Iria?
“— Façam dois andores: um, leva-o tu com a Jacinta e mais duas meninas vestidas de branco; o outro, que o leve o Francisco com mais três meninos. O dinheiro dos andores é para a festa de Nossa Senhora do Rosário e o que sobrar é para a ajuda duma capela que hão de mandar fazer”.
Lúcia pede pela cura de uns doentes e Nossa Senhora de Fátima diz que alguns curaria durante o ano.
Em seguida, com uma fisionomia entristecida acrescenta: “Rezai, rezai muito e fazei sacrifícios pelos pecadores, que vão muitas almas para o inferno por não haver quem se sacrifique e peça por elas”.
Como se pode facilmente concluir, a Virgem Maria, em sua indizível bondade materna, quis vir em socorro daqueles filhos prediletos para os confortar depois do terrível sofrimento pelo qual haviam passado.
“Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados” (Mt 5, 4).
13 de Setembro de 1917
QUINTA E PENÚLTIMA APARIÇÃO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA
Na quinta aparição recomendou que continuassem a rezar o terço para o fim da guerra, disse que Deus estava contente com os sacrifícios dos pastorinhos e reafirmou que faria um milagre em outubro.
Ao longo das sucessivas aparições de Nossa Senhora na Cova da Iria, aumentava o número dos que nelas acreditavam. No dia 13 de setembro verificou-se um extraordinário número de peregrinos presentes no local. Muitos já se haviam posto a caminho desde o dia anterior e formavam uma multidão cheia de respeito, calculada entre quinze e vinte mil pessoas, ou talvez mais.
Assim narra a Ir. Lúcia:
“Ao aproximar-se a hora, lá fui, com a Jacinta e o Francisco, entre numerosas pessoas que a custo nos deixavam andar. As estradas estavam apinhadas de gente. Todos nos queriam ver e falar. Ali não havia respeito humano. Numerosas pessoas, e até senhoras e cavalheiros, conseguindo romper por entre a multidão que à nossa volta se apinhava, vinham prostrar-se, de joelhos, diante de nós, pedindo que apresentássemos a Nossa Senhora as suas necessidades”.
Tão logo chegaram à Cova da Iria, junto da carrasqueira, começaram a rezar o Terço com o povo.
“Pouco depois, vimos o reflexo da luz e a seguir Nossa Senhora sobre a azinheira.
“— Continuem a rezar o Terço, para alcançarem o fim da guerra. Em outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores e do Carmo, São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda; trazei-a só durante o dia”.
As crianças tinham passado a usar como cilício um pedaço de corda grossa, que não tiravam nem para dormir. Isto lhes impedia muitas vezes o sono e passavam noites inteiras em claro. Daí o elogio e a recomendação de Nossa Senhora.
Continua Lúcia a narrar seu diálogo com a Virgem Santíssima:
“— Têm-me pedido para Lhe pedir muitas coisas: a cura de alguns doentes, dum surdo-mudo.
“— Sim, alguns curarei; outros não. Em outubro farei o milagre, para que todos acreditem.
“E começando a elevar-Se, desapareceu como de costume”.
Ainda que breve, a aparição de Nossa Senhora deixou os pequenos videntes felicíssimos, consolados e fortalecidos em sua fé. Francisco, de modo especial, sentia-se transportado de alegria com a perspectiva “de que, no próximo mês, veriam Nosso Senhor”, como lhes prometera a Rainha do Céu e da terra.
ÚLTIMA APARIÇÃO: “EU SOU A SENHORA DO ROSÁRIO”
Na última aparição, Nossa Senhora revelou-Se como sendo a Senhora do Rosário, pediu que fizessem uma capela no local em sua honra, que rezassem o terço todos os dias e profetizou que a Guerra terminaria em breve.
Realizou também diante da multidão o milagre anunciado: o Sol começou a bailar, várias pessoas foram curadas e as roupas ensopadas pela chuva que caíra caudalosamente antes da aparição estavam completamente secas.
Naquela manhã fria de outono, uma chuva persistente e abundante tinha transformado a Cova da Iria num imenso lamaçal, e parecia ensopar até os ossos da multidão de cinquenta a setenta mil peregrinos que ali se apinhava, vinda de todos os cantos de Portugal.
Por volta das onze e meia da manhã, aquele mar de gente abriu passagem aos três videntes que se aproximavam.
É a Ir. Lúcia quem nos relata o que se seguiu:
“Saímos de casa bastante cedo, contando com as demoras do caminho. O povo era em massa. A chuva, torrencial. Minha mãe, temendo que fosse aquele o último dia da minha vida, com o coração retalhado pela incerteza do que iria acontecer, quis acompanhar-me. Pelo caminho, as cenas do mês passado, mais numerosas e comovedoras. Nem a lamaceira dos caminhos impedia essa gente de se ajoelhar na atitude mais humilde e suplicante. Chegados à Cova da Iria, junto da carrasqueira, levada por um movimento interior, pedi ao povo que fechasse os guarda-chuvas para rezarmos o Terço. Pouco depois, vimos o reflexo da luz e, em seguida, Nossa Senhora sobre a carrasqueira.
“— Que é que Vossemecê me quer?
“— Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o Terço todos os dias. A guerra vai acabar e
os militares voltarão em breve para suas casas.
“— Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir: se curava uns doentes e se convertia uns pecadores, etc.
“— Uns, sim; outros, não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados.
“E tomando um aspecto mais triste:
“— Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido.
“E, abrindo as mãos, fê-las refletir no sol. E enquanto que Se elevava, continuava o reflexo da sua própria luz a projetar-se no sol”.
Tendo Nossa Senhora desaparecido nesta luz que Ela mesma irradiava, no céu sucederam-se três novas visões, “três quadros, simbolizando, um após outro, os Mistérios Gozosos, Dolorosos e Gloriosos do Rosário”.
Junto ao sol apareceu a Sagrada Família: São José, com o Menino Jesus nos braços, e Nossa Senhora do Rosário. A Virgem vestia uma túnica branca e um manto azul, São José estava “também de branco, e o Menino Jesus de vermelho claro”.
Traçando três vezes no ar uma cruz, “São José com o Menino pareciam abençoar o mundo”.
As duas cenas seguintes foram vistas apenas por Lúcia.
Primeiramente, Nosso Senhor, transido de sofrimento, como a caminho do Calvário, e Nossa Senhora das Dores, “mas sem a espada no peito”. O Divino Redentor abençoou “o mundo da mesma forma que São José”.
Logo depois, apareceu gloriosa Nossa Senhora do Carmo,
coroada Rainha do universo, com o Menino Jesus ao colo. Enquanto os três pastorinhos contemplavam os celestiais personagens, operou-se ante os olhos da multidão o milagre anunciado…
Chovera durante toda a aparição. Lúcia, ao término de seu colóquio com Nossa Senhora, gritara para o povo:
— Olhem para o sol!
Então rasgaram-se as nuvens e o sol apareceu como um imenso disco luminoso. Apesar de seu intenso brilho, podia ser olhado diretamente sem ferir a vista. As pessoas o contemplavam absortas quando, de súbito, o astro se pôs “a dançar, a bailar; parou outra vez e outra vez começou a dançar, até que por fim pareceu que se soltasse do céu e viesse para cima da gente”, segundo a descrição de um dos presentes.
O ciclo das visões de Fátima estava encerrado.
Após tais prodígios, todos se entreolhavam perturbados. Em seguida, a alegria explodiu:
— Milagre! As crianças tinham razão!
Os gritos de entusiasmo ecoavam pelas colinas e muitos notavam que sua roupa, encharcada alguns minutos antes, estava completamente seca.
O milagre do sol pôde ser observado a uma distância de muitos quilômetros do local das aparições.
Nossa Senhora de Fátima, rogai por nós.
Santa Maria Domingas Mazzarello, fundadora das Filhas de Maria Auxiliadora

Dia 13 de maio é conhecidíssimo na Igreja como o dia de Nossa Senhora de Fátima, a quem pedimos a graça de fazermos penitência e nos convertermos. Também, nesse dia, a Família Salesiana celebra a fundadora das Filhas de Maria Auxiliadora.
Berço
Foi em Mornese, um povoado ao norte da Itália, que, no dia 9 de maio de 1837, nasceu Maria Domingas Mazzarello, primeira de dez filhos do casal José Mazzarello e Maria Madalena Calcagno. Desde muito cedo, Maìn — apelido pelo qual Maria era carinhosamente conhecida –, ajudou a cuidar de seus irmãos e dos afazeres domésticos.
Iniciação cristã
Começou a frequentar as aulas de catecismo e a se destacar nelas, pois tinha grande paixão pelas coisas de Deus. Aos 13 anos, fez a primeira comunhão, assumindo o compromisso de fazer de Jesus o seu grande amor e da Eucaristia diária o seu centro de vida. Aos 16 anos, ajudava seu pai no trabalho dos vinhedos e era conhecida por seu forte caráter e espírito de liderança.
Quase todos os dias, bem cedo, Maria percorria um íngreme caminho para participar da missa. Percurso que, no inverno, ficava ainda mais difícil devido ao frio e à neve.
Caridade na epidemia
Em 1860, a epidemia do tifo se abateu sobre o povoado de Mornese. A família dos tios de Main foi uma das primeiras a contrair a doença. A pedido de padre Pestarino, seu diretor espiritual, Maria foi ajudá-los, mesmo sabendo que poderia contrair a doença, e foi o que realmente aconteceu. A partir daí, o rumo de sua vida mudou completamente. Perdendo as forças físicas e não podendo mais trabalhar no campo, começou a se questionar sobre o que iria fazer para ajudar as pessoas, foi então que certa vez, ao caminhar pela colina de Bargo Alto, teve a visão de um alto edifício, parecido com um colégio e com muitas meninas correndo, brincando num grande pátio interno e ouviu nitidamente estas palavras: “Tome conta destas meninas! A ti as confio!”.
A voz de Maria
E com coração aberto, Maìn compreendeu que a voz que confiava a ela as meninas era a de Nossa Senhora e decidiu aprender a costurar, para ensinar as jovens da sua pequena cidade, com isso, as manteria longe dos perigos e do pecado, ensinando-as a fazer de “cada ponto da agulha, um ato de amor a Deus”. E foi com Petronilla, sua amiga e companheira, que montou uma sala de costura e começou a ensinar o ofício.
Treinamento na virtude
As famílias de Mornese começaram a mandar-lhe as filhas; e as aulas de costura tornaram-se aulas de treinamento na virtude. Um dia, um senhor viúvo, entregou-lhe as suas filhas para que as educasse. Assim, a oficina passou a ser um novo lar para as várias meninas, que viam em Maria sua segunda mãe. Aos domingos, após a missa, na praça da igreja, outras crianças se uniam a Maria e a Petronilla para brincar e divertir-se.
Surge Dom Bosco
Em 1864, Dom Bosco chegou a Mornese com seus meninos. Todos queriam vê-lo e ouvi-lo, Maria também. Dom Bosco expôs ao padre Pestarino seu projeto: construir um colégio para os meninos. Antes de partir, ficou conhecendo as iniciativas de Maria e Petronilla: a oficina de costura, o orfanato e a recreação aos domingos para todas as crianças do povoado. Dom Bosco se empolgou com o trabalho delas e propôs a fundação de um instituto feminino que fizesse pelas meninas o que ele fazia em Turim para os meninos.
Início das Irmãs Salesianas de Dom Bosco
Após um caminho de acompanhamento feito por padre Pestarino e Dom Bosco que, no dia 5 de agosto de 1872, na Capela do Colégio de Mornese, 11 jovens – entre elas Main – emitiram os votos religiosos e se consagram a Deus, dando início a Congregação das Filhas de Maria Auxiliadora – irmãs Salesianas de Dom Bosco — o nome da congregação foi dado pelo fundador que desejava que cada Filha de Maria Auxiliadora fosse um monumento vivo de sua gratidão a Nossa Senhora, por tudo que realizou na obra salesiana.
Maria Mazzarello, foi escolhida para ser a primeira Madre da congregação; e tamanha era sua humildade que assumiu a função apenas se fosse ela a vigária porque Nossa Senhora era a verdadeira superiora. Madre Mazzarello foi sempre empenhada na animação das comunidades de Irmãs e na educação de crianças, adolescentes e jovens. Cultivou com sabedoria a união entre todas. Ocupou-se com a abertura de novas casas na Itália e além mar. Seu legado era marcado pela alegria, coragem e humildade, virtudes que sempre recomendava em suas cartas, além do grande amor que cultivava por Jesus e Maria.
Uma frase da santa
“A alegria é sinal de um coração que muito ama ao Senhor!”
Páscoa
No dia 13 de maio de 1881, Madre Mazzarello partiu deste mundo. Sua breve vida, 44 anos, continua sendo uma chama de amor contagiante, que ilumina, ainda hoje, a sua Família Religiosa. Suas filhas — as Filhas de Maria Auxiliadora, presentes nos cinco continentes —, continuam atuando no espaço-educação, fiéis ao carisma da fundação, à identidade que lhes é própria e à missão que lhes cabe no coração da Igreja.
No dia 24 de junho de 1951, a Igreja declarou oficialmente a santidade de Maria Domingas Mazzarello e sua festa litúrgica é celebrada no dia 13 de maio.
A minha oração
“Virgem Maria, a vida de Madre Mazzarello foi marcada com exemplos de uma espiritualidade simples, mas rica de interioridade, de uma profunda paixão pela salvação das jovens, um ardente espírito missionário aberto aos horizontes ilimitados e cheia da alegria que vem de Deus. Rogue por nós, junto a Jesus, para que sigamos seus passos. Amém.”
Santa Maria Domingas Mazzarello, Rogai por nós!

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SÁBADO, DIA 11 DE MAIO DE 2024

VI SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 18,23-28
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 23Paulo permaneceu algum tempo em Antioquia. Em seguida, partiu de novo e atravessou sucessivamente as regiões da Galácia e da Frígia, fortalecendo todos os discípulos. 24Entrementes, um judeu chamado Apolo, natural de Alexandria, homem eloquente e muito versado nas Escrituras, chegou a Éfeso. 25Era instruído no caminho do Senhor, falava com fervor de espírito e ensinava com precisão a respeito de Jesus, embora conhecesse somente o batismo de João. 26Começou, pois, a falar na sinagoga com desassombro. Como Priscila e Áquila o ouvissem, levaram-no consigo, e expuseram-lhe mais profundamente o caminho do Senhor. 27Como ele quisesse ir à Acaia, os irmãos animaram-no e escreveram aos discípulos que o recebessem bem. A sua presença (em Corinto) foi, pela graça de Deus, de muito proveito para os que haviam crido, 28pois com grande veemência refutava publicamente os judeus, provando, pelas Escrituras, que Jesus era o Messias.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 47,2-3.8-9.10 (R: 8a)
– O Senhor é o grande Rei de toda a terra.
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra.
– Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra.
– Porque Deus é o grande Rei de toda a terra, ao som da harpa acompanhai os seus louvores! Deus reina sobre todas as nações, está sentado no seu trono glorioso.
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra.
– Os chefes das nações se reuniram com o povo do Deus santo de Abraão, pois só Deus é realmente o Altíssimo, e os poderosos desta terra lhe pertencem!
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Saí do Pai e vim para ao mundo, eu deixo o mundo e vou ao Pai (Jo 16,28).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,23-28

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 23b“Em verdade, em verdade vos digo: se pedirdes ao Pai alguma coisa em meu nome, ele vo-la dará. 24Até agora nada pedistes em meu nome; pedi, e recebereis; para que a vossa alegria seja completa. 25Disse-vos estas coisas em linguagem figurativa. Vem a hora em que não vos falarei mais em figuras, mas claramente vos falarei do Pai. 26Naquele dia pedireis em meu nome, e não vos digo que vou pedir ao Pai por vós, 27pois o próprio Pai vos ama, porque vós me amastes e acreditastes que eu vim da parte de Deus. 28Eu saí do Pai e vim ao mundo; e novamente parto do mundo e vou para o Pai”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santo Inácio de Láconi

Religioso da Primeira Ordem (1701-1781). Foi canonizado por Pio XII no dia 21 de outubro de 1951
Santo Inácio de Láconi, o segundo numa família de nove irmãos, nasceu em Láconi, na Sardenha, a 17 de novembro de 1701. Foram seus pais Matias Peis Cadello e Ana Maria Sanna Casu, pobres de bens materiais, mas ricos de fé. Desde pequeno se distinguiu pela sua bondade e piedade; sendo ainda adolescente, praticava contínuas mortificações e rigorosos jejuns.
Tinha 18 anos quando ficou gravemente doente e fez, então, a promessa de se fazer capuchinho se viesse a curar-se. Mais tarde, escapou a outro perigo mortal e nessa altura cumpriu a sua promessa. A 3 de novembro de 1721 foi a Cagliari e apresentou-se no Convento dos Capuchinhos de Buoncammino.
Recusado inicialmente por causa da sua frágil constituição física foi, finalmente, admitido. Vestiu o hábito religioso dos Capuchinhos no Convento de São Bento a 10 de Novembro de 1721. No final do ano do noviciado, foi transferido para o Convento de Iglesias, onde recebeu o ofício de dispenseiro, sendo, ao mesmo tempo, encarregado de esmolar na campanha de Sulcis.
Depois de passar durante 15 anos por diversos conventos, Inácio foi enviado para Cagliari, para o Convento de Buoncammino, recebendo aí o encargo de confeccionar os hábitos para os religiosos e depois, a partir de 1741, o ofício de pedir esmola naquela cidade – um ofício, então, considerado de grande importância e responsabilidade.
Cagliari foi, assim, durante 40 anos, o campo do seu maravilhoso apostolado, desenvolvido com um amor imenso no meio dos pobres e dos pescadores. Era venerado pelo encanto da sua virtude e pelos milagres que ia realizando até ao ponto de ser chamado por todos como “Padre Santo”. Um testemunho daquele tempo, nada suspeito e que mostra a grande veneração de que era geralmente rodeado o humilde capuchinho, é-nos oferecido pelo pastor protestante, José Fues, que vivia naquele tempo em Cagliari.
Numa carta escrita a um seu amigo da Alemanha, assim se exprimia: “Vemos todos os dias a pedir esmola, perambulando pela cidade, um santo vivo que é o irmão leigo capuchinho que, com vários milagres, conquistou a veneração de todos os seus compatriotas”.
Converteu-se numa figura típica, quase insubstituível naquela cidade da Sardenha que, precisamente naquela altura, tinha passado para o domínio da casa de Savoia. Pedia esmola nos bairros pobres, ao longo do porto, nas tavernas e nas lojas. Pedia e dava ao mesmo tempo. Por um lado, dava qualquer ajuda para socorrer os necessitados e, por outro, também um exemplo, uma boa palavra, um conselho, uma recomendação a apontar a virtude.
Conhecido por todos, por todos era respeitado e amado. Ia vendo as gerações sucederem-se em torno do seu próprio hábito, as crianças a converterem-se em homens e os homens a ficarem velhos. Somente ele não mudava. Sempre nos mesmos lugares, sempre atento à sua missão, sempre com a mesma humildade e caridade, a mesma simplicidade e bondade.
Tendo perdido a visão em 1779, passou os últimos anos de vida em intensa oração até ao dia da sua gloriosa morte, que teve lugar em Cagliari, a 11 de maio de 1781.
Fonte: “Santos franciscanos para cada dia”, edição Porziuncola
Santo Inácio de Láconi, rogai por nós!

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SEXTA-FEIRA, DIA 10 DE MAIO DE 2024

VI SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 18,9-18
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Estando Paulo em Corinto, 9uma noite, o Senhor disse-lhe em visão: “Não tenhas medo; continua a falar e não te cales, 10porque eu estou contigo. Ninguém te porá a mão para fazer mal. Nesta cidade há um povo numeroso que me pertence”. 11Assim Paulo ficou um ano e meio entre eles, ensinando-lhes a Palavra de Deus. 12Na época em que Galião era procônsul na Acaia, os judeus insurgiram-se em massa contra Paulo e levaram-no diante do tribunal, 13dizendo: “Este homem induz o povo a adorar a Deus de modo contrário à Lei”. 14Paulo ia tomar a palavra, quando Galião falou aos judeus, dizendo: Judeus, se fosse por causa de um delito ou de uma ação criminosa, seria justo que eu atendesse a vossa queixa. 15Mas, como é questão de palavras, nomes e da vossa Lei, tratai disso vós mesmos. Eu não quero ser juiz nessas coisas”. 16E Galião mandou-os sair do tribunal. 17Então todos agarraram Sóstenes, o chefe da sinagoga, e espancaram-no diante do tribunal. E Galião nem se incomodou com isso. 18Paulo permaneceu ainda vários dias em Corinto. Despedindo-se dos irmãos, embarcou para a Síria, em companhia de Priscila e Áquila. Em Cencréia, Paulo rapou a cabeça, pois tinha feito uma promessa.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 47,2-3.4-5.6-7. (R: 8a) 
– O Senhor é o grande Rei de toda a terra.
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra
– Povos todos do universo, batei palmas, gritai a Deus aclamações de alegria! Porque sublime é o Senhor, o Deus Altíssimo, o soberano que domina toda a terra.
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra
– Os povos sujeitou ao nosso jugo e colocou muitas nações aos nossos pés. Foi ele que escolheu a nossa herança, a glória de Jacó, seu bem-amado.
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra
– Por entre aclamações Deus se elevou, o Senhor subiu ao toque da trombeta. Salmodiai ao nosso Deus ao som da harpa, salmodiai ao som da harpa ao nosso Rei!
R: O Senhor é o grande rei de toda a terra
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Era preciso que Cristo sofresse e ressuscitasse dos mortos para entrar em sua glória (Lc 24,46.26).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,20-23a

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 20“Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria. 21A mulher, quando deve dar à luz, fica angustiada porque chegou a sua hora; mas, depois que a criança nasceu, ela já não se lembra dos sofrimentos, por causa da alegria de um homem ter vindo ao mundo. 22Também vós agora sentis tristeza, mas eu hei de ver-vos novamente e o vosso coração se alegrará, e ninguém vos poderá tirar a vossa alegria. 23aNaquele dia, não me perguntareis mais nada”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Félix de Nicosia

Religioso da Primeira Ordem (1715-1787). Seu culto foi aprovado por Leão XIII no dia 12 de fevereiro de 1888
Bem-aventurado Félix de Nicosia nasceu em Nicosia, na Sicília, a 5 de novembro de 1715, recebendo no batismo o nome de Tiago Amoroso. Filho de família pobre, aprendeu muito cedo a arte de sapateiro, exercendo depois tal ofício, até à idade de 28 anos. Foi, deste modo, a principal fonte de sustento para sua família.
Entrou muito novo para a Ordem Franciscana Secular. Após muitas recusas, ao atingir a idade de 28 anos, foi recebido pelos Capuchinhos. Desde o início, manifestou exemplo admirável de santidade, obediência, mansidão, espírito quase inaudito de penitência. A devoção à Eucaristia, à Imaculada Conceição e a São Francisco foi a grande luz da sua vida.
Após o noviciado, foi destinado ao Convento de Nicosia, sua terra, sendo ali encarregado da horta, cozinheiro, sapateiro, enfermeiro, porteiro e, sobretudo, esmoleiro até ao dia da sua morte. Tendo crescido numa família muito modesta e humilde, onde a virtude era tida em grande consideração, Frei Félix sempre se notabilizou pela pureza de costumes. Aceitou, com resignação, as grandes humilhações que o guardião lhe impôs, quase sistematicamente, para experimentar a sua humildade.
Submeteu-se voluntariamente a jejuns, vigílias e às mais rigorosas penitências que ele unia às que lhe impunham os superiores ou as que constavam na Regra. Nos seus contatos diários com o povo, era generoso em dar bons conselhos. Realizou prodígios que lhe mereceram a fama de taumaturgo. Nutria amor intenso a Nossa Senhora das Dores. Grande parte da noite permanecia diante do Santíssimo. Considerava-se verdadeiramente feliz na sua vocação. No convento era notado, sobretudo, pela obediência. Foi conselheiro espiritual, guia e diretor de almas simples e também de sábios e eclesiásticos. Teve o dom da profecia e realizou numerosos milagres.
Tinha 72 anos e estava em agonia. Era o dia 31 de maio de 1787. Pediu a presença do seu guardião. Que desejas? – perguntou-lhe o guardião; queres a bênção dos moribundos? Também! – respondeu Frei Félix. Mas, antes disso, meu guardião, peço a obediência não somente para viver, mas também para morrer. Esta era a grande lição que o nosso santo deixava aos Capuchinhos do Convento de Nicosia. Pouco depois o Senhor chamava-o. Temos muito a prender deste irmão capuchinho de alforje aos ombros.
A 12 de Fevereiro de 1888, o Papa Leão XIII beatificou-o, em São Pedro, no Vaticano. Foi canonizado por Bento XVI aos 23 de outubro de 2005.
Fonte: franciscanos.org.br
São Félix de Nicosia, rogai por nós.

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QUINTA-FEIRA, DIA 09 DE MAIO DE 2024

VI SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 18,1-8
– Leitura dos Atos dos apóstolos: Naqueles dias, 1Paulo deixou Atenas e foi para Corinto. 2Aí encontrou um judeu chamado Áquila, natural do Ponto, que acabava de chegar da Itália, e sua esposa Priscila, pois o imperador Cláudio tinha decretado que todos os judeus saíssem de Roma. Paulo entrou em contato com eles. 3E, como tinham a mesma profissão – eram fabricantes de tendas – Paulo passou a morar com eles e trabalhavam juntos. 4Todos os sábados, Paulo discutia na sinagoga, procurando convencer judeus e gregos. 5Quando Silas e Timóteo chegaram da Macedônia, Paulo dedicou-se inteiramente à Palavra, testemunhando diante dos judeus que Jesus era o Messias. 6Mas, por causa da resistência e blasfêmias deles, Paulo sacudiu as vestes e disse: “Vós sois responsáveis pelo que acontecer. Eu não tenho culpa; de agora em diante, vou dirigir-me aos pagãos”. 7Então, saindo dali, Paulo foi para casa de um pagão, um certo Tício Justo, adorador do Deus único, que morava ao lado da sinagoga. 8Crispo, o chefe da sinagoga, acreditou no Senhor com toda a sua família; e muitos coríntios, que escutavam Paulo, acreditavam e recebiam o batismo.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 98,1.2-3ab.3cd-4 (R: 2b)
– O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, porque ele fez prodígios! Sua mão e o seu braço forte e santo alcançaram-lhe a vitória.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
– O Senhor fez conhecer a salvação, e às nações, sua justiça; recordou o seu amor sempre fiel pela casa de Israel.
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
– Os confins do universo contemplaram a salvação do nosso Deus. Aclamai o Senhor Deus, ó terra inteira, alegrai-vos e exultai!
R: O Senhor fez conhecer seu poder salvador perante as nações.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu não vos deixarei órfãos: eu irei, mas voltarei, e o vosso coração muito há de alegrar (Jo 14,18).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,16-20

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 16“Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”. 17Alguns dos seus discípulos disseram então entre si: “O que significa o que ele nos está dizendo: ‘Pouco tempo, e não me vereis, e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo’, e: ‘Eu vou para junto do Pai?’”. 18Diziam, pois: “O que significa este pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer”. 19Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo; então disse-lhes: ‘Estais discutindo entre vós porque eu disse: ‘Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis?’ 20Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santa Luísa de Marillac, cofundadora das Filhas da Caridade

Luísa de Marillac foi beatificada por Bento XV, em 9 de maio de 1920, canonizada por Pio XI, em 11 de março de 1934, e proclamada “Padroeira das obras sociais” por São João XXIII, em 10 de fevereiro de 196
Por Vatican News
Do “não” ao “sim”. A vida de Santa Luísa de Marillac pode ser resumida, simbolicamente, neste percurso: “Não”, porque era filha natural de um nobre francês e, como ilegítima, não tinha direito a títulos nobres; “Não”, porque, desde pequenina, aspirava a uma vida consagrada, mas, seu pedido para entrar em um convento foi rejeitado; “Não”, porque não se casou por opção, mas por acordo. No entanto, foram precisamente estes “não” que suscitaram, na alma de Luísa, a força de um “sim”, revolucionário para a época: um “sim” em prol da caridade feminina ativa no mundo, dos pobres e necessitados, sem seu fechamento em clausuras ou conventos.
O chamado vocacional
Luísa nasceu na França, em 1591; filha de Louis de Marillac, senhor de Ferrières e conselheiro do Parlamento, a pequena Luísa nunca conheceu sua mãe verdadeira. Em 1595, o pai se casou pela segunda vez e a menina, com apenas 4 anos, foi confiada às Irmãs Dominicanas do Convento de Poissy, onde encontrou um ambiente amoroso e recebeu uma boa educação, não só humanista, mas também espiritual. Ao chegar à maioridade, Luísa sentiu o chamado vocacional e pediu para abraçar a vida monacal. Porém, seu pedido foi rejeitado por questão de saúde.
Casamento
Logo, não lhe restava que o matrimônio: a escolha do noivo, ditada pelas convenções sociais da época, recaiu sobre Antônio Le Gras, secretário da família dos Medici.
Luísa uniu-se em matrimônio em 1613, aos 22 anos, tornando-se, logo em seguida, mãe do pequeno Miguel. Mas, a futura Santa sentiu, em seu coração, uma crise profunda: não era aquela a sua verdadeira vocação e sentiu muito.
Todavia, como esposa e mãe carinhosa, dedicou-se à sua família com abnegação e espírito de sacrifício, assistindo, com amor, ao marido, acometido por uma grave doença, que o levou à morte em 1626.
O encontro iluminador com Vicente de Paolo
No dia de Pentecostes de 1623, enquanto estava em recolhimento, Luísa recebeu uma espécie de luz: “Entendi – escreveu ela – que havia chegado a hora e em condições de fazer os três votos de pobreza, castidade e obediência. Entendi que deveria estar em um lugar para ajudar os outros”.
No ano seguinte, a futura Santa encontrou quem iria lhe permitir colocar em prática aquele espírito ardente de caridade e a sua doação total ao amor de Deus, que a impulsionava: São Vicente de Paolo. Doravante, este “casal de Deus” permaneceu unido, indissoluvelmente, em nome do apostolado e do serviço aos últimos, aos excluídos e marginalizados.
Nascimento das “Filhas da Caridade”
Vicente, sacerdote dinâmico e criativo, formou, em Paris e nas aldeias vizinhas, as “Confrarias da Caridade”, compostas de generosas voluntárias dispostas a ajudar os mais necessitados. Padre Vicente confiou aquelas jovens precisamente a Luísa, para que fossem formadas e acompanhadas no seu serviço material e espiritual. Luísa disse logo “sim” àquele projeto inovador.
Assim, em 29 de novembro de 1633, nasceram as “Filhas da Caridade” ou monjas sem clausura. Segundo Vicente de Paolo, o “mosteiro delas seriam as casas dos enfermos; as celas, um quarto alugado; a capela, a igreja paroquial; a clausura, as ruas da cidade”. Sua mestra e testemunha foi Luísa de Marillac, que se dedicou, totalmente, à missão de fazer com que as jovens compreendessem que “servir aos pobres é servir a Cristo, porque os pobres e Cristo formam uma mesma realidade”.
Serviço humilde e compassivo
O estilo das “Filhas da Caridade” seria, portanto, de serviço humilde, cordial e compassivo; um serviço de abrange todos: com um bornal nas costas, cheio de comida, roupas e remédios, as jovens filantrópicas passavam pelas ruas parisienses, nos subúrbios, nos hospitais, nas prisões, nos campos de batalha e nas escolas, onde as crianças aprendiam, não apenas escrever e contar, mas também conhecer e amar a Deus.
“Seus olhos e corações sejam só para os pobres”
Luísa nunca poupou esforços! Ela colocava tanta dedicação em todas as suas ações e orações, que Vicente de Paolo exclamou: “Só Deus sabe qual a sua força de espírito”!
No entanto, os anos passam e as condições físicas de Marillac, já tão precárias, começam a diminuir. No início de 1660, a futura Santa percebeu que seu fim estava próximo. Não obstante, jamais deixava de encorajar suas Filhas e lhes recomendava: “Seus olhos e corações sejam voltados só para os pobres”. Seu coração, exausto pelo cansaço, deixou de bater no dia 15 de março de 1660.
Entretanto, a sua obra não cessou. Atualmente, a Companhia das “Filhas da Caridade” conta cerca de 3 mil Casas e mais de 27 mil Irmãs nos cinco Continentes.
Padroeira das obras sociais
Luísa de Marillac foi beatificada por Bento XV, em 9 de maio de 1920, canonizada por Pio XI, em 11 de março de 1934, e proclamada “Padroeira das obras sociais” por São João XXIII, em 10 de fevereiro de 1960. Seus restos mortais descansam na capela da Casa Geral das “Filhas da Caridade” em Paris, mas uma estátua, em sua memória, encontra-se na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
Santa Luísa de Marillac, rogai por nós!

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QUARTA-FEIRA, DIA 08 DE MAIO DE 2024

VI SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 17,15.22-34; 18, 1
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 15os que conduziram Paulo levaram-no até Atenas. De lá, voltando, transmitiram a Silas e Timóteo a ordem de que fossem ter com ele o mais cedo possível. E partiram. 22De pé, no meio do Areópago, Paulo disse: “Homens atenienses, em tudo eu vejo que vós sois extremamente religiosos. 23Com efeito, passando e observando os vossos lugares de culto, encontrei também um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido’. Pois bem, esse Deus que vós adorais sem conhecer é exatamente aquele que eu vos anuncio. 24O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe, sendo Senhor do céu e da terra, ele não habita em santuários feitos por mãos humanas. 25Também não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa; pois é ele que dá a todos vida, respiração e tudo o mais. 26De um só homem ele fez toda a raça humana para habitar sobre a face da terra, tendo fixado os tempos previa-mente estabelecidos e os limites de sua habitação. 27Assim fez, para que buscassem a Deus e para ver se o descobririam, ainda que às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de nós, 28pois nele vivemos, nos movemos e existimos, como disseram alguns dentre vossos poetas: ‘Somos da raça do próprio Deus’. 29Sendo, portanto, da raça de Deus, não devemos pensar que a divindade seja semelhante a ouro, prata ou pedra, trabalhados pela arte e imaginação do homem. 30Mas Deus, sem levar em conta os tempos da ignorância, agora anuncia aos homens que todos e em todo lugar se arrependam, 31pois ele estabeleceu um dia em que irá julgar o mundo com justiça, por meio do homem que designou, diante de todos, oferecendo uma garantia, ao ressuscitá-lo dos mortos”. 32Quando ouviram falar da ressurreição dos mortos, alguns caçoavam, e outros diziam: “Nós te ouviremos falar disso em outra ocasião”. 33Assim Paulo saiu do meio deles. 34Alguns, porém, uniram-se a ele e abraçaram a fé. Entre eles estava também Dionísio, o areopagita, uma mulher chamada Dâmaris e outros com eles. 18,1Paulo deixou Atenas e foi para Corinto.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 149,1-2.11-12ab.12c-14a.  (R: 14bcd)
– Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.

– Louvai o Senhor Deus nos altos céus, louvai-o no excelso firmamento! Louvai-o, anjos seus, todos louvai-o, louvai-o, legiões celestiais!
R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
– Reis da terra, povos todos, bendizei-o, e vós, príncipes e todos os juízes; e vós, jovens, e vós, moças e rapazes, anciãos e criancinhas, bendizei-o!
R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
– Louvem o nome do Senhor, louvem-no todos, porque somente o seu nome é excelso! A majestade e esplendor de sua glória ultrapassam em grandeza o céu e a terra.
R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
– Ele exaltou seu povo eleito em poderio; ele é o motivo de louvor para os seus santos. É um hino para os filhos de Israel, este povo que ele ama e lhe pertence.
R: Da vossa glória estão cheios o céu e a terra.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Rogarei ao meu Pai e ele há de enviar-vos um outro Paráclito, que há de permanecer eternamente convosco (Jo 14,16).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,12-15

– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:  12“Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender agora. 13Quando, porém, vier o Espírito da Verdade, ele vos conduzirá à plena verdade. Pois ele não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido; e até as coisas futuras vos anunciará.  14Ele me glorificará, porque receberá do que é meu e vo-lo anunciará. 15Tudo o que o Pai possui é meu. Por isso, disse que o que ele receberá e vos anunciará, é meu”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
São Vítor

São Vitor foi fiel a Cristo em todos os momentos, entregando-se a Jesus desde a sua juventude
SÃO-VÍTOR
Vítor era africano. Foi batizado ainda criança e quando ficou adulto ingressou no exército do imperador Maximiano. O destacamento de Vítor se estabeleceu em Milão, na Itália. Entretanto o imperador exigia que todos os soldados, antes de irem para a batalha, oferecessem sacrifícios aos deuses pagãos do império. Os que se recusavam eram condenados à morte.
Vítor se recusou, mantendo e reafirmando sua fé cristã. Ele foi levado ao tribunal e interrogado. Confessou a fé, apesar de manter fidelidade militar ao imperador. Mesmo assim foi encarcerado, permanecendo por seis dias sem comida ou água. Essa cadeia onde ficou, ao lado da Porta Romana, até hoje é tristemente conhecida como o cárcere de São Vítor.
Findo esse prazo Vítor foi arrastado pelas ruas da cidade. Foi severamente flagelado, mas manteve-se firme. Levado de volta ao cárcere, teve as feridas cobertas por chumbo derretido, mas o soldado africano saiu ileso do pavoroso castigo. Rapidamente Vítor se recuperou e, na primeira oportunidade, fugiu da cadeia. Acabou descoberto, foi levado a uma floresta próxima e decapitado. Era dia 08 de maio de 303.
No lugar de sua sepultura foi erguida uma igreja. Aliás, há em Milão várias outras igrejas e monumentos erguidos em sua homenagem. Vítor é um dos Santos mais amados e venerados pelos habitantes de Milão. É invocado como o padroeiro dos prisioneiros e exilados.
Reflexão
Convido você para que hoje pensemos em todos os homens e mulheres que são prisioneiros e estão encarcerados. Sabemos que nosso sistema penitenciário não possibilita a recuperação de ninguém. Ao contrário, é uma escola de crime. Também rezamos pelos agentes penitenciários, desde policiais até os carcereiros, para que aprendam a cuidar da vida humana independente da situação em que ela se encontra. Todos, algozes e criminosos, merecem ser embebidos pela justiça e dignidade de filhos de Deus.
Oração
São Vítor, quanto sofrestes para testemunhar vossa fé em Cristo! Peço-vos, após louvar vossas virtudes tão preciosas, que intercedais junto a Deus para que haja uma grande mudança em nossos sistemas penitenciários. Que a ociosidade seja completamente extinta. Concede a graça da conversão aos delegados e policiais, para que aprendam a adquirir uma escala de valores realmente cristã, e que a criminalidade seja substituída pela paz. Assim seja!
A12 / Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
São Vítor, rogai por nós!

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TERÇA-FEIRA, DIA 07 DE ABRIL DE 2024

VI SEMANA DA PÁSCOA
Cor Litúrgica branca

Primeira leitura
At 16,22-34
– Leitura dos Atos dos Apóstolos – Naqueles dias, 22a multidão dos filipenses levantou-se contra Paulo e Silas; e os magistrados, depois de lhes rasgarem as vestes, mandaram açoitar os dois com varas. 23Depois de açoitá-los bastante, lançaram-nos na prisão, ordenando ao carcereiro que os guardasse com toda a segurança. 24Ao receber essa ordem, o carcereiro levou-os para o fundo da prisão e prendeu os pés deles no tronco. 25À meia-noite, Paulo e Silas estavam rezando e cantando hinos a Deus. Os outros prisioneiros os escutavam. 26De repente, houve um terremoto tão violento que sacudiu os alicerces da prisão. Todas as portas se abriram e as correntes de todos se soltaram. 27O carcereiro acordou e viu as portas da prisão abertas. Pensando que os prisioneiros tivessem fugido, puxou da espada e estava para suicidar-se. 28Mas Paulo gritou com voz forte: “Não te faças mal algum! Nós estamos todos aqui”. 29Então o carcereiro pediu tochas, correu para dentro e, tremendo, caiu aos pés de Paulo e Silas. 30Conduzindo-os para fora, perguntou: “Senhores, que devo fazer para ser salvo?” 31Paulo e Silas responderam: “Crê no Senhor Jesus, e sereis salvos tu e todos os de tua família”. 32Então Paulo e Silas anunciaram a Palavra do Senhor ao carcereiro e a todos os de sua família. 33Na mesma hora da noite, o carcereiro levou-os consigo para lavar as feridas causadas pelos açoites. E, imediatamente, foi batizado junto com todos os seus familiares. 34Depois fez Paulo e Silas subirem até sua casa, preparou-lhes um jantar e alegrou-se com todos os seus familiares por ter acreditado em Deus.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 138,1-2a.2bc-3.7c-8 (R: 7c)
– Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.

– Ó Senhor, de coração eu vos dou graças, porque ouvistes as palavras dos meus lábios! Perante os vossos anjos vou cantar-vos e ante o vosso templo vou prostrar-me.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.

– Eu agradeço vosso amor, vossa bondade, porque fizestes muito mais que prometestes; naquele dia em que gritei, vós me escutastes e aumentastes o vigor da minha alma.
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.

– Estendereis o vosso braço em meu auxílio e havereis de me salvar com vossa destra. Completai em mim a obra começada; ó Senhor, vossa bondade é para sempre! Eu vos peço: não deixeis inacabada esta obra que fizeram vossas mãos!
R: Ó Senhor, me estendeis o vosso braço e me ajudais.
Aclamação ao santo Evangelho.
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Eu hei de enviar-vos o Espírito da verdade; ele vos conduzirá a toda a verdade (Jo 16,7.13).
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 16,5-11
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João.
– Glória a vós, Senhor!

– Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 5“Agora, parto para Aquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’ 6Mas, porque vos disse isto, a tristeza encheu os vossos corações. 7No entanto, eu vos digo a verdade: É bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei. 8E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento: 9o pecado, porque não acreditaram em mim; 10a justiça, porque vou para o Pai, de modo que não mais me vereis; 11e o julgamento, porque o chefe deste mundo já está condenado”.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!

SANTO DO DIA
Santa Flávia Domitila

Hoje celebramos a vida de mais uma mulher, Flávia Domitila, que morreu pela defesa da fé
Santa_Flavia_Domitilla_
Flávia era sobrinha de Flávio Clemente, que era então um dos cônsules de Roma. Nesta época, os cristãos que não adoravam os deuses romanos eram considerados ateus. O imperador Domiciano emplacou uma séria perseguição aos cristãos.
Flávia Domitila teria sido convertida ao cristianismo por dois eunucos. Enquanto ela se preparava para o casamento com o filho de um cônsul, Nereu e Aquiles lhe falaram sobre Cristo e a beleza da virgindade. Ela teria abandonado o casamento e se convertido imediatamente.
Juntamente com numerosas pessoas, Flávia foi deportada para a ilha de Ponza, por ter confessado a Cristo. No atas do martírio da nobre dama romana, vemos a força penetrante do Evangelho na sociedade romana, conquistando adeptos até mesmo entre a família imperial.
Sua morte aconteceu de forma lenta, cruel e dolorosa, numa ilha abandonada, sem as menores condições de sobrevivência, conforme escreveu sobre ela São Jerônimo.
Reflexão
Hoje celebramos a vida de mais uma mulher que morreu pela defesa da fé. Nossa religião deve muito ao testemunho de mulheres corajosas e fiéis. Enfrentando os costumes de suas épocas, souberam colocar Jesus Cristo como o centro da vida e dedicaram esforço e amor aos mais empobrecidos. Que Deus abençoe hoje todas as mulheres do Brasil, sobretudo aquelas que gastam seu tempo para auxiliar os mais desfavorecidos.
Oração
Deus, nosso Pai, Santa Flávia foi reduzida ao silêncio, porque confessou publicamente o vosso Nome. Velai, Senhor, por aqueles que, lutando pela justiça, foram reduzidos ao silêncio, exilados ou assassinados. Olhai por todos os silenciados da América Latina, especialmente pelas mulheres sofridas do nosso continente. Dai-nos denunciar as injustiças e lutar sempre pela verdade. Por Cristo nosso Senhor. Amém!
A12 / Colaboração: Padre Evaldo César de Souza, CSsR
Santa Flávia Domitila, rogai por nós!

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SEGUNDA-FEIRA, DIA 06 DE MAIO DE 2024

VI Semana da Páscoa
Cor Litúrgica Branca

Primeira leitura
Atos dos Apóstolos 16, 11-15
Leitura dos Atos dos Apóstolos:
11Embarcamos em Trôade e navegamos diretamente para a ilha de Samotrácia. No dia seguinte, ancoramos em Neápolis, 12de onde passamos para Filipos, que é uma das principais cidades da Macedônia, e que tem direitos de colônia romana. Passamos alguns dias nessa cidade. 13No sábado, saímos além da porta da cidade para um lugar junto ao rio, onde nos parecia haver oração. Sentados, começamos a falar com as mulheres que estavam aí reunidas. 14Uma delas chamava-se Lídia; era comerciante de púrpura, da cidade de Tiatira. Lídia acreditava em Deus e escutava com atenção. O Senhor abriu o seu coração para que aceitasse as palavras de Paulo. 15Após ter sido batizada, assim como toda a sua família, ela convidou-nos: ‘Se vós me considerais uma fiel do Senhor, permanecei em minha casa.’ E forçou-nos a aceitar.

– Palavra do Senhor
– Graças a Deus

Salmo 149

– Cantai ao Senhor Deus um canto novo, e o seu louvor na assembléia dos fiéis! Alegre-se Israel em Quem o fez, e Sião se rejubile no seu Rei!

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Com danças glorifiquem o seu nome, toquem harpa e tambor em sua honra! Porque, de fato, o Senhor ama seu povo e coroa com vitória os seus humildes.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

– Exultem os fiéis por sua glória, e cantando se levantem de seus leitos, com louvores do Senhor em sua boca Eis a glória para todos os seus santos.

R: O Senhor ama seu povo, de verdade.

Evangelho de Jesus Cristo segundo São João 15, 26-16, 4

– Aleluia, aleluia, aleluia.
– O Espírito Santo, a verdade, dará testemunho de mim; depois também vós, neste mundo, de mim ireis testemunhar (Jo 15,26s);

Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo São João:

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 26Quando vier o Defensor que eu vos mandarei da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará testemunho de mim. 27E vós também dareis testemunho, porque estais comigo desde o começo. 16,1Eu vos disse estas coisas para que a vossa fé não seja abalada. 2Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em que aquele que vos matar julgará estar prestando culto a Deus. 3Agirão assim, porque não conheceram o Pai, nem a mim. 4aEu vos digo isto, para que vos lembreis de que eu o disse, quando chegar a hora.

– Palavra da Salvação
– Glória a Vós, Senhor

SANTO DO DIA
São Domingos Sávio, padroeiro dos adolescentes e das mulheres grávidas

Nascimento
Domenico Sávio, para nós, Domingos Sávio, ou simplesmente Sávio, foi um adolescente fruto do Sistema Preventivo de Dom Bosco. Uma comprovação provinda diretamente do Oratório de Valdocco (Oratório de São Francisco de Sales), ventre de toda a missão dos SDBs (Salesianos de Dom Bosco). Sávio nasceu em 2 de abril de 1842, na Itália, na região de Castelnuovo de Asti em Morialdo. Filho de Carlo Sávio e de Brígida Rosa, uma família simples e pobre, mas com fecunda fé cristã: “Todos os desvelos e preocupações dos pais tinham em mira a formação cristã do filho, que, desde essa época, era o enlevo do seu coração. A natureza dotara-o de uma índole admirável e de um coração inclinado à piedade”.
Introdução cristã
Sávio teve a graça de já criança receber e até mesmo ter uma compreensão da vivência da fé cristã. Apesar de já vir com certa naturalidade a uma vida cristã, ele não teria crescido tão rapidamente na santidade, se não fosse a sua abertura para as orientações e ações de seu pai espiritual, Dom Bosco. Ele, de fato, foi um tecido nas mãos do alfaiates para fazer um belo terno para Jesus.
Um belo tecido
É esta disposição de um querer a santidade que faz Domingos Sávio ser tão atual. A santidade é a resposta do chamado cristão que reflete em sua realidade, em sua história, e não descarta a si mesmo nem aquilo que acontece em sua volta. Os santos são frutos de sua época. Podemos imitar Domingos? Sim, podemos. Mas não podemos fazer exatamente aquilo que ele fazia ou ser uma cópia, precisamos adaptar para a nossa realidade, e essa readaptação se faz, novamente, em abertura ao Espírito Santo. Sávio nos mostra a importância dessa abertura. Quando se encontrou pela primeira vez com São João Bosco, isso em outubro de 1854, colocou-se à disposição de um alfaiate para poder ser uma pessoa melhor. Podemos ver esse diálogo, narrado por Dom Bosco, desse modo:
“(…) Depois de uma conversa bastante prolongada, antes de eu chamar o pai, disse-me estas textuais palavras:
-Então, que lhe parece? Leva-me para Turim, para eu poder estudar?
-Parece-me que o tecido é bom.
-E para que pode servir este tecido?
-Para fazer um belo terno para oferecer ao Senhor.
-Por conseguinte, seu sou o tecido, seja V. Revª. o alfaiate; leve-me consigo e faça um belo terno para Nosso Senhor.
-Receio que a tua frágil saúde não dê para aguentar os estudos.
-Não tenho medo. Deus, que até hoje me deu saúde e graça, também há de ajudar-me daqui em diante.”
E, assim, o diálogo e o encontro dos dois santos foram acontecendo. Sávio colocou-se à disposição da graça de Deus. Além disso, nos mostra como é importante caminhar com o “acompanhante de viagem” (diretor espiritual) para buscar a santidade. O caminho de santidade não tem como se fazer sozinho, é preciso de um amigo da alma, alguém que nos conheça e nos ajude nesse propósito, pois ele também conhecerá o tecido que tem e saberá qual é a melhor forma de bordar. É um caminho de autocompreensão, de como deve seguir e ser santo, conforme seu perfil chamado, vocação… Sávio demonstra abertura.
Escolha pela santidade
Domingos Sávio escolheu buscar a santidade, sabia que tinha seus limites e sabia que tinha pecado. É por isso que ele buscava a Misericórdia, pois nela somos no Amor.
Cada santo tem uma certa receita para percorrer a santidade, obviamente todos se baseiam no Evangelho, em Jesus Cristo. Mas cada um vai adaptando ao seu estilo de ser, assim como Beato Carlo Acutis também fez sua lista, o nosso Domingos também fez. Em sua primeira eucaristia, isso aos 7 anos de idade, ele fez a sua primeira lista, e aqui aparece a sua tão famosa frase:
1- Confessar-me-ei frequentemente e farei a comunhão todas as vezes que o confessor me der licença.
2 – Quero santificar os dias festivos.
3 – Os meus amigos serão Jesus e Maria.
4 – Antes morrer do que pecar.
Escolher a santidade é escolher a radicalidade do evangelho. É seguir a fala de Jesus: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me” (Mateus 16, 24). É exatamente isso que Sávio escolhe ao pensar no antes morrer que pecar, ele não está querendo a morte em primeira mão, ele está querendo seguir a Cristo e ir para o Céu, mas, para isso, ele se disponibiliza por inteiro, dá a sua vida e, se for preciso, entregar-se na cruz. Recordemos que esse “dá a sua vida” acontece no nosso dia a dia, no nosso cotidiano, é aí que a santidade acontece, não pensemos que seremos santos no dia para o outro, ela passa por um processo educativo, ela passa pelas ações da nossa vida e também em nossas limitações e amadurecimentos.
Sávio escreveu esses 4 pensamentos aos 7 anos de idade, mas foi amadurecendo esses propósitos com o tempo e auxílio de Dom Bosco. Em Valdocco pôde dizer “Aqui a santidade consiste em estarmos sempre alegres”.
Aprendeu que não é preciso fazer coisas extraordinárias para ser santo, basta fazer bem as coisas ordinárias com muito amor, é oferecer aquilo que acontece no ordinário: ter paciência, suportar o calor, o frio, o vento e a chuva, o cansaço do trabalho, os incômodos, o ônibus cheio ou o trânsito parado, a educação dos filhos, os estudos. Enfim, tudo o que fazemos no nosso dia a dia e que, muitas vezes, esquecemos que pode ser via de santificação.
Paciência e exercício
Sávio era um típico camponês italiano, tinha uma personalidade forte, teve de ser moldado, assim como foram São Francisco de Sales e São João Bosco. Domingos teve de ter paciência, teve de se conhecer para ser santo. 
Quando ainda era pequeno e morava com seus pais, tendo chegado uma visita sem avisar, na hora do jantar, colocando-se à mesa e, comendo como “um porcalhão” (pensamento esse de Sávio), Domingos apenas se levantou e saiu; depois, os seus pais chamaram a sua atenção dizendo que era muita falta de educação se retirar da mesa sem a autorização dos pais e ainda com visita. Mas Sávio rebateu falando que não se sentia bem à mesa com alguém que não reza e que comia como um animal… Seu pai concordou, mas disse então que devemos ajudar os outros com paciência, e não simplesmente se afastando.
Num outro momento, já em Valdocco, tendo praticamente a função de um jovem líder do Oratório, viu que um dos meninos começou a brigar e falava muitos palavrões e, como de costume, interviu na situação, mas a situação terminou diferente: o brigão respondeu à correção de Sávio dizendo para ele não se intrometer na vida dos outros e, dizendo isso, lhe deu um soco nele. Domingos caiu no chão e seus amigos queriam defendê-lo, mas o nosso santo respondeu: “Não façam isso, vocês não sabem o quanto que me segurei para não revidar o soco nele”. Somente uma pessoa que se conhece bem e que é maduro o suficiente pode agir dessa maneira. Mas Sávio não parou por aí, o agressor viu em suas ações uma verdade, que o levava a uma alegria autêntica. E, por meio dessas ações do santo, o agressor se converteu, buscou os sacramentos e se tornou um grande amigo de Domingos Sávio, e ainda o ajudou na epidemia de cólera que aconteceu em Turim.
É o que São João Paulo II disse em uma homilia em 1997, na paróquia romana de São Domingos Sávio: “Como São Domingos Sávio, sede todos missionários do bom exemplo, da boa palavra, da boa ação em casa, com os vizinhos e com os colegas de trabalho. Em todas as idades, com efeito, pode-se e deve-se testemunhar Cristo! O empenho do testemunho cristão é permanente e cotidiano”.
Domingos, um grande amigo
A amizade é um presente importante e nela aprendemos a ver o dom especial de Deus. Sávio teve grandes amigos, como o Beato Miguel Rua, que foi o primeiro sucessor de Dom Bosco; o Cardeal Missionário Giovanni Cagliero; os amigos da Companhia da Imaculada; Camilo Gávio (foi para esse amigo que Sávio disse que a santidade consistia em estar sempre alegres e fazer bem as coisas); e João Massaglia (ambos faleceram ainda jovens). Todos e muitos outros foram presentes na vida de Sávio. Por amar tanto os seus amigos, chorou dias após a morte de seu melhor amigo, Massaglia. Recordou o próprio Dom Bosco: “Ao perder aquele amigo, Domingos ficou profundamente contristado e, embora resignado à vontade de Deus, chorou-o durante muitos dias. Foi esta a primeira vez que vi aquele semblante angélico entristecer-se e chorar de dor. O único conforto que teve foi rezar e pedir que rezassem pelo amigo”.
Entrega de sua vida a Deus
Domingos Sávio se despediu do Oratório, de seus amigos e de Dom Bosco com muito sentimento, não queria ir para a casa de seus pais para tratar a tuberculose, ele queria morrer ali no Oratório. Mas, mesmo assim, disse aos seus amigos: “Adeus, queridos companheiros, adeus a todos. Rezai por mim. Espero que voltemos a ver-nos no Céu, onde estaremos para sempre com o Senhor”. 
Chegara o dia 9 de março de 1857, Domenico Sávio, disse sua última frase: “Oh! Que belas coisas estou vendo”. Sávio entregou sua breve vida, um pequeno que se fez grande em meio aos seus amigos, ajudando a cada um a ser o melhor que poderia ser em seu cotidiano. A sua vida, pode-se dizer, reflete aquela oração que fez no dia de sua morte:
“Senhor, a liberdade eu dou a Vós, Eis as minhas forças, o meu corpo, mais tudo eu Vos dou, pois tudo é Vosso, ó Deus, na vossa vontade eu me abandono.”
Padroeiro das mulheres grávidas
Sávio é dado como padroeiro das mulheres grávidas por te ajudado a sua mãe no parto de seu irmãozinho que estava com dificuldade de nascer. Ambos estavam quase morrendo, quando Domingos chegou, de surpresa, na casa de seus pais, e foi direto para onde estava sua mãe em trabalho de parto. Já havia passado horas, mas o bebê não nascia, e isso colocava em risco a vida da mãe e do bebê. Então, Sávio pegou uma medalha de Nossa Senhora, deixou na cama, saiu e colocou-se a rezar. Milagrosamente, seu irmão nasceu bem e sua mãe recuperou a força. Sávio foi embora. E todos se perguntavam como que ele ficou sabendo daquela situação, se ninguém mandou avisá-lo. Sua mãe Brígida, ao achar a medalha deixada por seu filho, fez a promessa de que sempre passaria para aquelas mulheres que pudessem ter dificuldades no parto ou na gestação, para que Nossa Senhora possa também cuidar delas. Essa tradição perdura até hoje, tanto que, na casa onde Domingos nasceu, há diversas roupas de bebês, como símbolo de agradecimento por sua intercessão.
Um santo jovem
São Domingos Sávio é, até o momento, o santo (não mártir) mais jovem que já foi canonizado pela igreja. A sua canonização ocorreu no dia 12 de junho de 1954, pelo Papa Pio XII, onde disse: “Desdobra-se nele com espanto as formas maravilhosas das inspirações da graça, uma adesão constante e sem reservas às coisas do céu… Na escola de seu Mestre espiritual, o grande Dom Bosco, ele aprendeu como a alegria de servir a Deus e fazê-lo amado pelos outros pode se tornar um poderoso meio de apostolado”.
A minha oração
E, a seu exemplo, podemos dizer com fé a oração que temos em sua liturgia: “Ó Deus, fonte e doador de todo bem, em São Domingos Sávio destes aos adolescentes um exemplo admirável de piedade e de pureza. Concedei-nos, também a nós, crescer como filhos, na alegria e no amor até a plenitude de Cristo. Que é Deus convosco, na unidade do Espírito Santo. Amém”.
São Domingos Sávio Rogai por nós!