COMEMORAÇÃO DOS FINADOS
Cor Litúrgica roxa
Primeira leitura
Jó 19,1.23-27a
– Leitura do livro de Jó: 1Jó tomou a palavra e disse:23”Gostaria que minhas palavras fossem escritas e gravadas numa inscrição 24com ponteiro de ferro e com chumbo, cravadas na rocha para sempre! 25Eu sei que o meu redentor está vivo e que, por último, se levantará sobre o pó; 26e depois que tiverem destruído esta minha pele, na minha carne, verei a Deus. 27aEu mesmo o verei, meus olhos o contemplarão, e não os olhos de outros”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 23,1-3.4.5.6 (R: 1)
– O Senhor é o pastor que me conduz não me falta coisa alguma.
R:O Senhor é o pastor que me conduz,não me falta coisa alguma.
– O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma.
R: O Senhor é o pastor que me conduz não me falta coisa alguma.
– Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha,
R: O Senhor é o pastor que me conduz não me falta coisa alguma.
– E restaura as minhas forças.Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
– Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei.Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!
R: O Senhor é o pastor que me conduz não me falta coisa alguma.
– Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo;com óleo vós ungis minha cabeça, e o meu cálice transborda.
R: O Senhor é o pastor que me conduz, não me falta coisa alguma.
– Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida;e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.
R: O Senhor é o pastor que me conduz não me falta coisa alguma.
Segunda Leitura
1Jo 3,14-16
14Sabemos que passamos da morte para a vida, porque amamos os irmãos. Quem não ama permanece na morte. 15Todo aquele que odeia o seu irmão é um homicida. E sabeis que nenhuma homicida conserva tem a vida eterna permanecendo nele. 16Nisto sabemos o que é o amor: Jesus deu a vida por nós. Portanto, também nós devemos dar a vida pelos irmãos.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Benditos do Pai, apossai-vos do reino, que foi preparado bem desde o começo! (Mt 25,34)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 19,17-18.25-39
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– Naquele tempo, disse Jesus às multidões:17Carregando a sua cruz, ele saiu para o lugar chamado Calvário (em hebraico: Gólgota). 18Lá, eles o crucificaram com outros dois, um de cada lado, ficando Jesus no meio. 25Junto à cruz de Jesus estavam de pé sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. 26Jesus, ao ver sua mãe e, ao lado dela, o discípulo que ele amava, disse à mãe: “Mulher, eis o teu filho!” 27Depoisdisse ao discípulo: “Eis a tua mãe!” A partir daquela hora, o discípulo a acolheu no que era seu. [A morte. “Está consumado”] 28Depois disso, sabendo Jesus que tudo estava consumado, e para que se cumprisse a Escritura até o fim, disse: “Tenho sede”! 29Havia ali uma jarra cheia de vinagre. Amarraram num ramo de hissopouma esponja embebida de vinagre e a levaram à sua boca. 30Ele tomou o vinagre e disse: “Está consumado”. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito. [O lado aberto] 31Era o dia de preparação do sábado, e este seria solene. Para que os corpos não ficassem na cruz no sábado, os judeus pediram a Pilatos que mandasse quebrar as pernas dos crucificados e os tirasse da cruz. 32Os soldados foram e quebraram as pernas, primeiro a um dos crucificados com ele e depois ao outro.33Chegando a Jesus viram que já estava morto. Por isso, não lhe quebraram as pernas, 34mas um soldado golpeou lhe o lado com uma lança, e imediatamente saiu sangue e água. (35 Aquele que viu dá testemunho, e o seu testemunho é verdadeiro; ele sabe que fala a verdade, para que vós, também, acrediteis.) 36Isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura que diz: “Não quebrarão nenhum dos seus ossos”. 37E um outro texto da Escritura diz: “Olharão para aquele que traspassaram”. [A sepultura] 38Depois disso, José de Arimatéia pediu a Pilatos para retirar o corpo de Jesus; ele era discípulo de Jesus às escondidas, por medo dos judeus. Pilatos o permitiu. José veio e retirou o corpo. 39Veio também Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido a Jesus de noite; ele trouxe uns trinta quilos de perfume feito de mirra e de aloés
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
SANTO DO DIA
Na comemoração dos Fiéis Defuntos, recordemos das almas
Origens
Em vez de propor-nos, hoje, a veneração de um santo, a Igreja nos convida a comemorar, pelo nosso sufrágio, as almas dos fiéis já falecidos. A comemoração de todos os fiéis defuntos foi instituída neste dia a fim de socorrer, por boas obras gerais, os que não se beneficiam de preces especificamente dedicadas a eles. Deve-se a uma iniciativa tomada pelos monges beneditinos por volta do ano 1000.
A data
O abade São Odilo, superior mosteiro de Cluny na França, deu ordem para que em todos os conventos filiados a esta Ordem se celebrasse um ofício pelos defuntos na tarde do dia 1º de novembro. Essa comemoração foi adotada pela autoridade da Igreja, de tal modo que, aos poucos, se tornou universal a dedicação de dois de novembro à memória dos irmãos já falecidos.
Exortação de Paulo
Essa exortação de Paulo é dirigida também a cada um de nós:
“Irmãos, nos diz São Paulo apóstolo, não queremos que ignoreis o que se refere aos mortos, para não ficardes tristes como os outros que não tem esperança. Se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, cremos também que Deus levará com Jesus os que nele morrerem.” (ITs 4,13-14).
Dia dos Fiéis Defuntos: um dia para recordação, não tristeza
Dia de Saudosa Reflexão
O Dia dos Finados não é dia de tristeza nem lamúrias, como o é para aqueles que não tem fé, mas é dia de saudosa recordação, confortada pela fé, que nos garante que nosso relacionamento com as almas dos finados não está interrompido pela morte, mas é sempre vivo e atuante pela oração de sufrágio. A doutrina relativa aos finados põe em admirável luz a harmonia entre a justiça e a bondade de Deus Pai, de tal modo que também os corações mais frios não resistem hoje a um saudoso pensamento de piedade religiosa em favor dos irmãos falecidos.
Purgatório: o lugar de purificação
A fé nos ensina que existe um lugar de purificação pelas almas depois da morte, pois toda criatura que morre carrega faltas, misérias, dívidas espirituais por pecados cometidos, mesmo morrendo reconciliada com Deus. Essas faltas o impedem de entrar diretamente no Reino de Deus, que é o reino da santidade perfeita, da luz e felicidade. Deus, em Sua bondade, providenciou um lugar de purificação que a tradição da Igreja chamou de purgatório. O Catecismo da Igreja Católica afirma:
“O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista (82).” (CIC 1472)
Temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório
A Solidariedade Espiritual
Pela solidariedade espiritual que existe entre os batizados por força de nossa inserção no Corpo Místico de Cristo, temos condições de oferecer preces, sacrifícios em sufrágios das almas do purgatório que ficam assim beneficiadas em suas penas. Esta doutrina já era conhecida no Antigo Testamento. De fato, lemos, no Segundo livro do Macabeus que, depois de uma batalha do povo judeu contra os inimigos, Judas Macabeu mandou recolher ofertas a serem enviados ao Templo de Jerusalém solicitando orações e sacrifícios em sufrágio dos soldados tombados na guerra, pois ele concluiu: “É um pensamento santo e salutar orar pelos mortos para que sejam livres dos seus pecados” (2Mc 14,45). Também Jesus Cristo fez alusão aos pecados que não são perdoados nem nesta terra nem na outra vida.
Orações de Sufrágio
Orações de sufrágio em favor das almas dos mortos sempre foram praticadas nas Igrejas desde os primeiros séculos. Nas catacumbas romanas onde se sepultavam os cristãos há inúmeras inscrições alusivas a preces que os defuntos solicitam dos irmãos na fé. Santa Mônica, mãe de Santo Agostinho, ao falecer perto de Roma, enquanto viajava para África, assim falava aos dois filhos que a acompanhavam: “Ponde meu corpo em qualquer lugar, e não vos preocupeis com ele. Só vos peço que, no altar de Deus, vos lembreis de mim, onde quer que estiveres”.
As almas dos nossos falecidos parecem dizer com o patriarca Jó: “Compadecei-vos de mim, ao menos vós que sois meus amigos, porque a mão do meu Senhor me tocou”.
“Santo e salutar é o pensamento de orar pelos mortos, para que sejam livres dos seus pecados.”
A Indulgência e a Oração pelos falecidos
Indulgência:
No dia de Finados, “aos que visitarem o cemitério e rezarem, mesmo só mentalmente, pelos defuntos, concede-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos. Diariamente, do dia 1º ao dia 8 de novembro, nas condições costumeiras, isto é, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice; nos restantes dias do ano, Indulgência Parcial (Enchr. Indulgentiarum, n.13)”.
“Ainda neste dia, em todas as igrejas, oratórios públicos ou semipúblicos, igualmente lucra-se uma Indulgência Plenária, só aplicável aos defuntos; a obra que se prescreve é a piedosa visitação à igreja, durante a qual se deve rezar o Pai-Nosso e Creio, confissão sacramental, comunhão eucarística e oração na intenção do Sumo Pontífice (que pode ser um Pai-Nosso e Ave-Maria, ou qualquer outra oração conforme inspirar a piedade e devoção).” (pg. 462 do Diretório Litúrgico da CNBB).
Oração pelos falecidos:
Pai santo, Deus eterno e Todo-Poderoso, nós Vos pedimos por (nome do falecido), que chamastes deste mundo. Dai-lhe a felicidade, a luz e a paz. Que ele, tendo passado pela morte, participe do convívio de Vossos santos na luz eterna, como prometestes a Abraão e à sua descendência. Que sua alma nada sofra, e Vos digneis ressuscitá-lo com os Vossos santos no dia da ressurreição e da recompensa. Perdoai-lhe os pecados para que alcance junto a Vós a vida imortal no reino eterno. Por Jesus Cristo, Vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém! (Rezar Pai-Nosso e Ave-Maria.)
Dai-lhe, Senhor, o repouso eterno e brilhe para ele a Vossa luz! Amém.
Minha oração
“Senhor, nosso Deus, resgatai as almas dos nossos conhecidos e familiares do purgatório, além daquelas que necessitam das nossas orações. Pedimos também a intercessão para que sejamos santos e purificados nessa vida, a fim de chegar diretamente ao Céu. Amém.”
Almas do purgatório, rogai por nós!
O que é indulgência plenária?
Como alcançá-la nos dias 01, 02, 03, 04, 05, 06, 07 e 08 de novembro?
A doutrina e o uso das indulgências na Igreja Católica há vários séculos encontram sólido apoio na Revelação divina, e na Tradição da Igreja.
O Manual das Indulgências, aprovado pelo Papa São Paulo VI, na Constituição das Indulgências (1967), explica o que é a Indulgência: “Indulgência é a remissão, diante de Deus, da pena temporal devida aos pecados já perdoados quanto à culpa, que o fiel, devidamente disposto e em certas e determinadas condições, alcança por meio da Igreja, a qual, como dispensadora da redenção, distribui e aplica, com autoridade, o tesouro das satisfações de Cristo e dos Santos” (Norma 1 do Manual das Indulgências).
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que: “Pelas indulgências, os fiéis podem obter para si mesmos e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, sequelas dos pecados” (n. 1498).
Com obter uma indulgência plenária?
A indulgência plenária cancela todas as penas temporais que a alma teria de cumprir no purgatório para chegar à santificação perfeita. A indulgência parcial cancela parte dessas penas.
O pecado tem duas consequências, a culpa e a pena. A culpa é perdoada na confissão; a pena, que é a desordem que o pecado provoca no pecador, na Igreja e nos outros, e que precisa ser reparada, é eliminada pela indulgência que pode ser plenária (total) ou parcial.
De acordo com o Manual das Indulgências, para se ganhar uma indulgência plenária (uma vez por dia apenas), para si mesmo ou para as almas, deve-se fazer:
1) uma confissão individual rejeitando todos os pecados (basta uma confissão para várias indulgências);
2) receber a Sagrada Eucaristia;
3) rezar pelo Papa ao menos um Pai-Nosso, Ave-Maria e Glória ao Pai. Não é necessário que tudo seja feito no mesmo dia.
Confissão e prática de oração
Além disso, escolher e realizar uma dessas práticas:
1 – adoração ao Santíssimo Sacramento pelo menos por meia hora (concessão n. 3); ou
2 – leitura espiritual da Sagrada Escritura ao menos por meia hora (concessão n. 50); ou
3 – piedoso exercício da Via-Sacra (concessão n. 63); ou
4 – recitação do Rosário de Nossa Senhora na igreja, no oratório, na família; ou na comunidade religiosa ou em piedosa associação (concessão n. 63).