II SEMANA DA PÁSCOA (DIVINA MISERICORDIA)
(branco)
Antífona da entrada
– Como crianças recém-nascidas, desejai o puro leite espiritual para crescerdes na salvação, aleluia! (1Pd 2,2).
Oração do dia
– Ó Deus de eterna misericórdia, que reacendeis a fé do vosso povo na renovação da festa pascal, aumentai a graça que nos destes. E fazei que compreendamos melhor o batismo que nos lavou, o espírito que nos deu nova vida e o sangue que nos redimiu. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo, Amém!
Primeira leitura
At 5,12-16
– Leitura do livro dos Atos dos Apóstolos: 12Muitos sinais e maravilhas eram realizados entre o povo pelas mãos dos apóstolos. Todos os fiéis se reuniam, com muita união, no Pórtico de Salomão. 13Nenhum dos outros ousava juntar-se a eles, mas o povo estimava-os muito. 14Crescia sempre mais o número dos que aderiam ao Senhor pela fé; era uma multidão de homens e mulheres. 15Chegavam a transportar para as praças os doentes em camas e macas, a fim de que, quando Pedro passasse, pelo menos a sua sombra tocasse alguns deles. 16A multidão vinha até das cidades vizinhas de Jerusalém, trazendo doentes e pessoas atormentadas por maus espíritos. E todos eram curados.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 118, 2-4.22-27a (R: 1)
– Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!”
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!”
– A casa de Israel agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia! ’ A casa de Aarão agora o diga: “Eterna é a sua misericórdia”! Os que temem o Senhor, agora o digam: “Eterna é a sua misericórdia!”
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!”
– “A pedra que os pedreiros rejeitaram tornou-se agora a pedra angular”. Pelo Senhor é que foi feito tudo isso: Que maravilhas ele fez a nossos olhos! Este é o dia que o Senhor fez para nós, Alegremo-nos e nele exultemos!
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!”
– Ó Senhor, dai-nos a vossa salvação, ó Senhor, dai-nos também prosperidade! “Bendito seja, em nome do Senhor, aquele que em seus átrios vai entrando! Desta casa do Senhor vos bendizemos. Que o Senhor e nosso Deus nos ilumine!
R: Dai graças ao Senhor, porque ele é bom! “Eterna é a sua misericórdia!”
Segunda leitura
Ap 1,9-13.17-19
– Leitura do livro do Apocalipse de são João: 9Eu, João, vosso irmão e companheiro na tribulação, e também no reino e na perseverança em Jesus, fui levado à ilha de Patmos, por causa da Palavra de Deus e do testemunho que eu dava de Jesus. 10No dia do Senhor, fui arrebatado pelo Espírito e ouvi atrás de mim uma voz forte, como de trombeta, 11aa qual dizia: “O que vais ver, escreve-o num livro”. 12Então voltei-me para ver quem estava falando; e ao voltar-me, vi sete candelabros de ouro. 13No meio dos candelabros havia alguém semelhante a um “filho de homem”, vestido com uma túnica comprida e com uma faixa de ouro em volta do peito. 17Ao vê-lo, caí como morto a seus pés, mas ele colocou sobre mim sua mão direita e disse: “Não tenhas medo. Eu sou o Primeiro e o Último, 18aquele que vive. Estive morto, mas agora estou vivo para sempre. Eu tenho a chave da morte e da região dos mortos. 19Escreve pois o que viste, aquilo que está acontecendo e que vai acontecer depois”.
– Palavra do Senhor.
– Graças a Deus.
Aclamação ao santo Evangelho
Aleluia, aleluia, aleluia.
Aleluia, aleluia, aleluia.
– Acreditastes, Tomé, porque me viste. Felizes aqueles que creram sem ter visto! (Jo 20,29)
Aleluia, aleluia, aleluia.
Evangelho de Jesus Cristo, segundo João: Jo 20,19-31
– O Senhor esteja convosco.
– Ele está no meio de nós.
– Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo † segundo João
– Glória a vós, Senhor!
– 19Ao anoitecer daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas, por medo dos judeus, as portas do lugar onde os discípulos se encontravam, Jesus entrou e, pondo-se no meio deles, disse: “A paz esteja convosco”. 20Depois dessas palavras, mostrou-lhes as mãos e o lado. Então os discípulos se alegraram por verem o Senhor. 21Novamente, Jesus disse: “A paz esteja convosco. Como o Pai me enviou, também eu vos envio”. 22E, depois de ter dito isso, soprou sobre eles e disse: “Recebei o Espírito Santo. 23A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles lhes serão retidos”. 24Tomé, chamado Dídimo, que era um dos doze, não estava com eles quando Jesus veio. 25Os outros discípulos contaram-lhe depois: “Vimos o Senhor!” Mas Tomé disse-lhes: “Se eu não vir a marca dos pregos em suas mãos, se eu não puser o dedo nas marcas dos pregos e não puser a mão no seu lado, não acreditarei”. 26Oito dias depois, encontravam-se os discípulos novamente reunidos em casa, e Tomé estava com eles. Estando fechadas as portas, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: “A paz esteja convosco”. 27Depois disse a Tomé: “Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas fiel”. 28Tomé respondeu: “Meu Senhor e meu Deus!” 29Jesus lhe disse: “Acreditaste, porque me viste? Bem-aventurados os que creram sem terem visto!” 30Jesus realizou muitos outros sinais diante dos discípulos, que não estão escritos neste livro. 31Mas estes foram escritos para que acrediteis que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
– Palavra da salvação.
– Glória a vós, Senhor!
FESTA DA DIVINA MISERICÓRDIA
O Domingo da Divina Misericórdia foi instituído no calendário litúrgico da Igreja pelo saudoso e amado Papa João Paulo II, em 30 de abril de 2000, na Missa de canonização de uma religiosa polonesa da Congregação das Irmãs de Nossa Senhora da Misericórdia, Maria Faustina Kowalska, a Santa Faustina, apóstola da Divina Misericórdia. Desde o ano 2000, quando o Papa publicou o decreto, as comunidades e as paróquias de todo o mundo passaram a celebrar no segundo domingo da Páscoa a Festa da Divina Misericórdia.
Quando instituiu o Domingo da Misericórdia, o Papa João Paulo II estava atendendo a um pedido do próprio Cristo que, no ano de 1931, no período entre a Primeira e a Segunda Grande Guerra Mundial, confiou a Irmã Faustina o Seu desejo de que o domingo após a Páscoa deveria renovar no coração da humanidade a convicção de que Deus é misericordioso. Naquela revelação, o Cristo disse a Irmã Faustina: “Desejo que o primeiro domingo depois da Páscoa seja a Festa da Misericórdia. Nesse dia, os sacerdotes devem falar às almas desta Minha grande e insondável misericórdia”.
Naquela revelação a Irmã Faustina, Cristo lhe fez um outro pedido. Ele ordenou que ela providenciasse a pintura de uma imagem que Lhe retratasse conforme ela o enxergava e sob os pés de Cristo traria a inscrição: Jesus, eu confio em Vós! Essa é a imagem que nós conhecemos de Jesus Misericordioso que, a partir dos anos 80, graças ao trabalho de divulgação do Papa João Paulo II, espalhou-se rapidamente pelo mundo, assim como a devoção à Divina Misericórdia, que ganhou terreno em nossa fé, por meio das orações ensinadas pelo Cristo à religiosa polonesa. Essas orações são compostas pelo Terço e a novena à Divina Misericórdia.
Naquela revelação, Cristo ainda disse a Irmã Faustina: “Por meio dessa Imagem concederei muitas graças às almas; que toda alma tenha, por isso, acesso a ela. (…) Desejo conceder indulgência plenária às almas que se confessarem e receberem a santa Comunhão na Festa da Minha misericórdia”. Ou seja, o Cristo determinou que todos aqueles que, no primeiro domingo após a páscoa, participarem da celebração da Festa da Misericórdia em estado de graça – ter se confessado recentemente, recebido a Sagrada Eucaristia e rezado pelas intenções do Papa (este último requisito foi determinado pela Igreja) – receberão o maior presente espiritual que a Igreja pode conceder a um cristão: o perdão total dos seus pecados, uma indulgência plenária, que é, acima de tudo, um especial privilégio que brota do Sagrado Coração de Jesus.
“Jesus, eu confio em Vós! ”. Esta oração, esta jaculatória, que é tão querida pelo povo de Deus, exprime bem a nossa atitude de entrega, de abandono nas mãos providentes do Senhor, o nosso único Salvador. Só estamos devidamente capacitados para rezarmos essa oração quando alcançamos o conhecimento de que o nosso Deus é um Deus misericordioso, o Deus do amor benigno que é a Fonte constante da conversão, da plena mudança de vida, que continua a alcançar-nos por meio dos gestos de Suas mãos estendidas, irradiando raios de misericórdia.
“Jesus, eu confio em Vós! ”. Esta breve prece nos ajuda a professar a nossa fé no Cristo Misericordioso que nos mostra as Suas chagas gloriosas e o Seu Sagrado Coração, Manancial ininterrupto de luz e de verdade, de amor e de perdão, que nos faz notar que a Divina Misericórdia é, seguramente, o dom pascal que a Igreja recebe do Cristo vivo e ressuscitado e oferece a todos nós no cotidiano da História.
Cristo, um dia, disse à Irmã Faustina: “A humanidade não encontrará paz, enquanto não tiver confiança na misericórdia divina”. (Diário de Santa Faustina). Se o mundo ainda não possui o esperado dom da paz é porque não acolhemos inteiramente a mensagem e os ensinamentos de Cristo e ainda não trilhamos, com segurança e determinação, o caminho da misericórdia que reconstrói a nossa relação com Cristo e o nosso próximo.
A mensagem que nos faz reconhecer que Cristo é um Deus misericordioso não é uma mensagem nova, mas adquiriu renovadas forças após as revelações de nosso Redentor a Santa Faustina. Bem antes, o evangelista São Mateus já havia registrado no princípio do cristianismo: “Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia!”. (Mt 5, 7). Deste modo, nós podemos compreender que o Domingo da Misericórdia é uma singular Fonte de bênçãos para nós, é um especial kairós, tempo oportuno de encontro com o Cristo que extravasa a Sua misericórdia em nossas almas.
A mensagem do Domingo da Misericórdia evidencia que a Igreja vive da misericórdia, pois é a misericórdia que sustenta a vida da Igreja e, por isso, por ser um sinal visível do Cristo invisível, a Igreja deve testemunhar sempre mais a força da divina misericórdia por meio do exercício das obras de misericórdia espirituais e corporais.
Por ter instituído o Domingo da Divina Misericórdia, o Papa João Paulo II é reconhecido como o Papa da Misericórdia. O Decreto do Domingo da Misericórdia é apenas um dos seus legados para a Igreja. Bem antes, em 1980, João Paulo II já havia nos presenteado com a sua segunda encíclica, “Dives in Misericordia”, a primeira e única encíclica papal destinada a abordar exclusivamente a Misericórdia divina.
A Misericórdia Divina sempre se fez presente na vida sacerdotal do polonês Karol Wojtyla, que enfrentou a Segunda Guerra Mundial, e posteriormente a invasão da Polônia pela Alemanha. Foi exatamente em meio a esses conflitos que ele entrou no seminário e foi ordenado sacerdote. Em 1967, quando já era Cardeal e Arcebispo de Cracóvia, ele concluiu o processo informativo da causa de beatificação da Irmã Faustina. Quis o Espírito Santo de Deus que tempos depois, em 1993, ele celebrasse a beatificação de Irmã Faustina e, no ano 2000, celebrasse a sua canonização. Por vontade do Cristo Misericordioso, o Papa João Paulo II faleceu no dia 2 de abril de 2005, na noite de sábado do segundo Domingo da Páscoa, ou seja, dentro da Liturgia do Domingo da Misericórdia, na vigília do Domingo da Misericórdia.
O Domingo da Misericórdia é, com toda a certeza, um gesto de caridade de Jesus para conosco, um tesouro escondido que ainda precisamos aprender a explorar, um dia de vivência da fé, onde o Cristo nos permite tocar Suas chagas a fim de que possamos ser alcançados pelos raios de Sua Misericórdia.
No Domingo da Misericórdia, e em nosso caminho de misericórdia, acompanha-nos a Virgem Santa Maria, a Mãe da Misericórdia, que nos ajuda a confiar sempre mais no seu Filho, nosso Redentor. Ó Maria, Mãe da Misericórdia, interceda por todos nós em nosso itinerário pelas sendas do mundo. Ó Maria, Mãe da Misericórdia, interceda, com particular intensidade, pelo fim desta pandemia do Covid 19 que estamos agora atravessando. Ó Mãe, ajuda-nos a conseguir de Cristo a generosidade da graça e da misericórdia, a fim de que possamos continuar a testemunhar ao mundo o alcance da Divina Misericórdia que tudo pode, opera, renova e transforma.
SANTO DO DIA
São Fidélis de Sigmaringen
Hoje é dia de São Fidelis de Sigmaringen, conhecido como advogado dos pobres.
Nascido no século XVI, mais precisamente em 1577, na cidade de Sigmaringen São Fidelis era uma muito amigo de todos, além de um músico muito hábil.
Advogado dos Pobres
Durante sua juventude São Fidelis estudou filosofia, direito civil e canônico, se formando advogado no ano de 1601, recebendo então o apelido de “advogado dos pobres”, pois nunca se negava a trabalhar gratuitamente para os que não tinham nenhum dinheiro.
Vida Sacerdotal
Porém mesmo sendo um ótimo advogado, respeitado por todos, aos 34 anos decidiu abandonar tudo e tornar-se sacerdote, ingressando na Ordem dos Frades Menores dos Capuchinos, ao vestir o hábito tomando para si o nome de Fidélis. Sendo na igreja onde se tornou mais forte sua caridade para os mais necessitados.
São Fidelis de Sigmaringen se tornou conhecido também por escrever numerosos registros, fazendo-o um mestre da espiritualidade franciscana.
Morte
Devido as suas habilidades de advogado foi enviado à Suiça na tentativa de apaziguar as tensões que ocorriam entre católicos e protestantes, porém foi acusado injustamente de espionagem, e morto com um golpe de espada em suas costas, mas antes de morrer, colocou-se de joelhos e perdoou seus assassinos com uma oração: “Senhor, perdoai meus inimigos. Cegos pela paixão, não sabem o que fazem”
São Fidélis de Sigmaringen, rogai por nós!